Penachia per tutti! Blrp,blrp, puuuf! Para a imprensa udenista.
Compare com honestidade.
Ou jornalismo econômico no Brasil, não é uma coisa nem outra.
Os críticos da política econômica do governo (que não conseguem esconder
o ressentimento diante do terrível sucesso do processo de redução dos
juros) voltaram a se animar diante da divulgação dos números do PIB
neste fim de ano.
Realmente, em 2012, o Brasil não deverá crescer mais
que 1,7% ou 1,8%. São taxas medíocres para os nossos padrões históricos,
o que é mais do que suficiente para a oposição comemorar a divulgação
de um relatório do FMI, destacando o fato que o Brasil crescerá menos
que a África do Sul (!) neste ano…
Trata-se de um expediente malandro. Não se faz uma comparação honesta,
porque não é apenas o crescimento do PIB que dá toda a informação sobre o
comportamento da economia de um país.
Basta ver que, apesar do baixo
crescimento deste ano, o Brasil não tem praticamente desemprego (algo
menos que 5% da força de trabalho), enquanto 25% dos trabalhadores da
África do Sul estão desempregados.
Isso nos remete a uma questão interessante: o Brasil está crescendo
menos, mas todos os levantamentos internacionais mostram que o Brasil é
um país onde a satisfação da sociedade com o governo é das maiores.
O
que importa é o crescimento econômico com inclusão social. Temos
crescido menos, mas a inclusão continuou.
O Brasil tem reduzido dramaticamente os níveis de desigualdade e isso
aumenta o bem-estar da sociedade, além do crescimento.
Poderíamos ter
feito melhor, não há a menor dúvida, ampliado o projeto de inclusão e
alcançado um ritmo de crescimento bem maior.
É preciso levar em conta,
contudo, que a situação mundial continua bastante complicada.
Nossa economia tem ligações externas muito importantes e no início deste
ano fomos obrigados a tomar medidas monetárias duras, mecanismos que
produziram uma redução muito importante na demanda dos produtos
industriais produzidos no Brasil e dificuldades nas exportações.
Crescemos muito menos do que poderíamos e deveríamos ter crescido, mas
prosseguimos no nosso programa de inclusão social e praticamente
chegamos ao pleno emprego, um contraste monumental com as demais
economias.
Por isso é preciso relativizar a comparação do FMI, que, aliás, não
costuma enxergar além do umbigo e ultimamente passou a pisar muito no
tomateiro.
Somos dos poucos países do mundo com déficit fiscal igual a
2,2% do PIB, uma relação dívida/PIB em torno de 35%, uma taxa de
inflação de 5,5% ao ano, elevada em relação à meta, mas que deve
convergir para os 4,5% no centro da meta.
Então é uma política que está funcionando e mais importante do que isso é
um país já em outro ritmo de crescimento: neste fim de ano é visível o
crescimento no terceiro trimestre sobre o segundo, em torno de 1%, o que
concretizará aquilo que vínhamos intuindo há muito tempo: o Brasil vai
virar 2012 tendo crescido pouco, mas terminando o ano com a economia
“rodando” a 3,5% e 4%.
O crescimento em 2013 será construído por nós. Vai ser construído pelo o
que o setor privado brasileiro for capaz de realizar, pelo que o
governo for capaz de fazer e pela melhora das relações entre o setor
privado e o governo.
Há condições para sustentar um crescimento
econômico de 4% ou 4,5% no ano que vem (como preveem o ministro Guido
Mantega e o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa) e depois
procurar manter esse nível em média até 2030, digamos.
Isso exigirá, certamente, um investimento bruto anual da ordem de 25% do
PIB, com déficit em conta corrente de não mais de 1,5% do PIB ao ano.
Exigirá também a continuidade de uma rigorosa política fiscal, capaz de
sustentar a política monetária capaz de produzir o equilíbrio interno e
uma aguerrida política cambial, o equilíbrio externo.
Tudo o dito acima e mais: para cooptar o investimento privado
indispensável para ampliar o desenvolvimento, o governo precisa insistir
em demonstrar ser “pró-mercado” (não “pró-negócio”), ser
definitivamente favorável à competição regulada e ágil e não pretender
realizar diretamente aquilo que, por sua natureza, o setor privado sabe
fazer melhor.
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