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domingo, 9 de dezembro de 2012

Reinaldo Azevedo, o idiota infinito que Einstein tinha certeza. O escaravelho, o rola_ bosta, do jornalismo fascista e udenista.

Einstein: Do infinito idiota eu tenho certeza!
Jornalismo udenista de quinta categoria.

Deu no AZENHA
Por Leonardo Boff, via e-mail, sugestão da Secretaria Geral do MST


Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi  e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.


E o fazemos por duas razões principais:  a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico.

Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.


A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade.

 Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação.

E para transformar a vida e  torná-la menos perversa, dizia,  devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços  de afeto e de amorosidade entre todos.

Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.


Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.


Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários  pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.


Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista  de sua vida.

Curiosamente a revista Veja de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas.  Outra coisa, porém, é a revista Veja online de 7 de dezembro com um artigo  do blog do  jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.



Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto.

Até agora a Veja não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo.

Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.


Notoriamente, Veja se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro.

 Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana.


Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam.

Já o título da matéria referente a Oscar Niemeyer, da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: Para instruir a canalha ignorante.

O gênio e o idiota em imagens.

  Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também na Veja online com um título que revela seu caráter despectivo e antidemocrático:” Metade gênio e metade idiota – Niemeyer na capa da Veja com todas as honras!

O que o bloco dos Sujos diz agora?”

 Sujo é ele que  quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.
O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte.

 Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza.

O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.
O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor.

Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por Veja  e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good” (cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.
Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros.

Ela é um monumento à razão cínica.

Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso condenado a viver na periferia.

 Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade  daqui, da cultura brasileira.

A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta.

 O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta.

Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na Veja online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer.  

Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se  realimenta continuamente.

Nada de surpreendente, portanto.


Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama.


 Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi  desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho.





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