Farinhaço na ALEMG em 2013.
O candidato a deputado federal em Minas Gerais Gustavo Perrella
(SD) declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 613.195,73, um
decréscimo de 69% em relação ao patrimônio declarado
na eleição de 2010, de R$ 1.977.936, quando se elegeu deputado
estadual.
Dentre os bens não declarados estão as cotas de participação na
empresa Limeira Agropecuária e Participações, da família de Perrella, que ficou
em evidência em novembro de 2013, quando um helicóptero de sua propriedade foi
apreendido pela Polícia Federal (PF), no Espírito Santo, com 445 quilos de
cocaína.
A assessoria de imprensa do deputado afirmou ao Terra que a descrição de todos os
bens foi repassada a um contador, com as mesmas propriedades
de 2010, e que este errou ao declará-los à Justiça
Eleitoral. Ainda segundo a assessoria, o advogado do candidato já entregou a
lista de bens correta à Justiça Eleitoral para que seja feita a correção.
Neste ano, o candidato declarou um apartamento avaliado
em R$ 413.195,72 (mesmo valor de 2010) e um veículo Land
Rover Discovery de R$ 200 mil. Em 2010, Perrela tinha R$ 900 mil em
participações na Limeira Agropecuária. O deputado também disse possuir, à
época, cotas na empresa Tapera Participações Empreendimentos
Agropecuários.
Escândalo do helicóptero com cocaína
A Limeira Participação, empresa pertencente a Gustavo e seu pai, o
senador Zezé Perrella (PDT-MG), é a dona do helicóptero Robinson R66, que foi
apreendido no Espírito Santo com 445 quilos de cocaína pura em novembro de
2013.
Quatro pessoas foram presas em flagrante, e soltas mais tarde, por causa
do transporte da droga no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo,
incluindo o piloto Rogério Almeida Antunes, então funcionário da empresa dos
Perrella e da Assembleia Legislativa de Minas, indicado por Gustavo
Perrella. Logo após ser preso, Rogério declarou que a família não tinha relação
com a droga apreendida. A PF excluiu o deputado do inquérito final sobre
o caso.
A aeronave foi confiscada pela Justiça e deverá ser mantida à disposição
do governo do Espírito Santo. Segundo a decisão, a aeronave "evidentemente
interessa ao processo enquanto não estiverem ultimadas as fases de
investigação policial e instrução criminal."