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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Lord Keynes, morre de rir no túmulo. A Argentina faz o que ele dizia na década de 30.

Lord Keynes no exato momento, em que ouve os pitacos dos liberais brasileiros,
especialmente a urubóloga Miriam Pig, e o Ociólogo ultra liberal FHC.




Argentina está fazendo na marra o que Keynes propôs em teoria

A decisão da Argentina de condicionar as importações do país a um valor igual de exportações, que segundo a reclamação da União Europeia junto à OMC configura um protecionismo retrógrado, sinaliza, ao contrário, a regra fundamental do comércio internacional justo que deve vigir num futuro que se espera não muito distante. Era esse equilíbrio que Keynes tinha em vista na discussão dos acordos de Bretton Woods em 1944. O artigo é de J.Carlos de Assis.

A decisão da Argentina de condicionar as importações do país a um valor igual de exportações, que segundo a reclamação da União Europeia junto à Organização Mundial do Comércio configura um protecionismo retrógrado, sinaliza, ao contrário, a regra fundamental do comércio internacional justo que deve vigir num futuro que se espera não muito distante. De fato, igualdade entre importações e exportações deveria ser uma condição necessária da estabilidade entre os países.


Era esse equilíbrio que Keynes, o maior economista do século XX, tinha em vista na discussão dos acordos de Bretton Woods em 1944, quando se estabeleceram os princípios e as bases da ordem financeira internacional do pós-guerra. Keynes propunha uma simetria entre exportações e importações que seria assegurada por mecanismos de estímulo aos países deficitários e de punições financeiras aos superavitários de forma a impedir desequilíbrio econômicos oriundos do comércio.



Esse equilíbrio supunha a utilização de uma moeda contábil, o bancor, na qual se contabilizariam déficits e superávits. Os superávits seriam transferidos automaticamente dos países superavitários para os deficitários mediante um esquema financeiro que estimulasse a redução dos superávits assim como dos déficits, convergindo ao equilíbrio, na forma de igualdade entre exportações e importações. Era um sistema “neutro” demais para agradar os Estados Unidos, então largamente superavitários em relação ao resto do mundo.



Na prática, o que prevaleceu em Bretton Woods foi a absoluta hegemonia do dólar num momento em que os Estado Unidos representavam 60% da manufatura mundial e quase 100% das relações financeiras. Diante disso, alguns países, para se protegerem de desequilíbrio oriundos do comércio assimétrico, decidiram partir para uma estratégia mercantilista de exportação a qualquer custo. Assim garantiam uma capacidade de importação a longo prazo. Foi o caso, sobretudo, do Japão e da Alemanha, hoje seguidos pela China e outros tigres asiáticos.



Acontece que, em termos globais, as exportações são iguais as importações. É um jogo de soma zero. Se um pais faz grandes superávits comerciais, outros países terão de compensar esses superávits com déficits. No caso presente, os Estados Unidos são uma espécie de país deficitário de último recurso pois absorve grande parte das exportações do resto do mundo, notadamente da China, fazendo um gigantesco déficit. Acontece que os Estados Unidos podem fazer isso porque imprimem e usam a moeda que compra as mercadorias do resto do mundo. É um equilíbrio comercial espúrio, baseado na chama receita de senhoriagem (moeda).



Em termos práticos, os Estados Unidos se tornaram grandes parasitas do sistema econômico global aproveitando-se dessa assimetria comercial. Para eles é muito confortável ser deficitários. Para outros países que não emitem dólar, a única forma de assegurar a própria estabilidade é recorrer à estratégia mercantilista, como fizeram, acompanhando a China, os países asiáticos depois da crise financeira de final dos anos 90. Entretanto, temos aí um problema: o sistema mundial, como dito, é um jogo de soma zero. É impossível que todos os países sejam superavitários ao mesmo tempo. Alguém tem que carregar o déficit correspondente.



A Argentina está apenas colocando em termos racionais um fenômeno que teria que estar na pauta da comunidade internacional diante da crise atual, em grande parte devida aos desequilíbrios comerciais e financeiros. Ou seja, é necessário equilibrar o comércio internacional de uma forma que reduza a instabilidade proveniente da assimetria do comércio. O livre-cambismo, por óbvio, não pode dar conta disso. Teríamos que voltar ao sistema de Keynes. Como isso será muito difícil, dado o peso dos interesses nacionais, sobretudo norte-americanos, envolvidos, é bom que a Argentina tome a dianteira. Afinal, se a corrente tende a romper pelo lado mais fraco, como queria Lênin, não é mau que um pequeno país do Sul decida escandalizar o centro do sistema financeiro mundial apontando suas óbvias contradições.



(*) Economista, professor de Economia Internacional da UEPB, co-autor com Francisco Antonio Doria do recém-lançado “O Universo Neoliberal em Desencanto”, Civilização Brasileira. Este artigo é publicado também no site Rumos do Brasil e, às terças, no jornal carioca Monitor Mercantil.

Os liberais da direita arrebentaram com o Brasil até 31.12.de 2002.

Fernando henrique Cardoso e Roberto Marinho.


ELES QUASE DESTRUIRAM O BRASIL. É  ISTO AÍ QUE  ESTÁ ACONTECENDO NA EUROPA!
NO GOVERNO DESTES DOIS AÍ, O BRASIL SUBIU 3 VEZES AS ESCADAS DO PRÉDIO CINZENTO DO FMI, COM O PIRES NA MÃO!

Saul Leblon:



No plano internacional, esfarela-se o leque de referências econômicas que sustentaram a hegemonia do mercadismo tupiniquim. O tripé surrado feito de privatizações, Estado mínimo e supremacia das finanças desreguladas sobre a economia e a sociedade reduziu povos à condição de nações zumbis; destruiu o Estado do Bem-Estar Social; arrasta o mundo há quatro anos para uma espiral descendente igual ou pior que aquela produzida pela grande depressão dos anos 30.



Quem, hoje, em pleno controle de suas faculdades mentais apresentar-se-ia ao eleitor com a proposta de impingir ao Brasil um projeto anacrônico de laissez-faire como o que esmaga nações europeias, entregues a versões locais do programa demotucano?

A bandeira da moralidade, ademais, foi-lhes definitivamente subtraída pelo estouro da roleta tentacular da quadrilha Cachoeira.

Deputado Federal Dr Protógenes, esculacha o Dr Gilmar Mendes.

Dr Gilmar Mendes. " A degradação  do Judiciário". Dr dalmo Dallari na Folha de São Paulo em 8 de Maio de 2002.



Protógenes: “Desta vez a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo”


Nota spbre as declarações de Gilmar Mendes

do Blog do Protógenes, sugerido por Fábio Passos


Ao povo brasileiro:

Como todos e todas puderam recentemente testemunhar, o ex-presidente do STF, Sr. Gilmar Mendes, fez declarações à revista Veja, ao site Conjur, aos jornais Globo e Folha de S. Paulo nesta semana, repercutido em diversos meios de comunicação, envolvendo o ex-presidente Lula e também o ex-ministro Nelson Jobim. Tanto foi assim que o próprio Gilmar Mendes teve que retificar tais declarações em seguida, na Rede Globo em 29/05.


Desta vez a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo. Felizmente, o trabalho da CPMI do Cachoeira já transcendeu o poder de obstrução dos corruptos, corruptores e do Sr. Gilmar Mendes. Não adianta mais tentar ganhar no grito ou querer dispersar o foco objetivo da CPMI por meio de mentiras.


Convém lembrar que há pouco menos de quatro anos, em 2008, quando o mesmo Gilmar Mendes, então presidente do STF, concedeu dois habeas-corpus em 48 horas ao banqueiro condenado Daniel Dantas, previa e devidamente preso por desviar bilhões de reais dos cofres públicos. Inaugurou naquela época o “foro privilegiado” para banqueiro bandido.


Naquele momento de crise institucional no Brasil, advindo da operação Satiagraha, a falta de credibilidade na justiça brasileira foi alertada, também, pelo ministro Joaquim Barbosa, ocasião em que abriu o debate na própria corte com o ex-presidente do STF Gilmar Mendes.


Os atos incomuns praticados no STF pelo ex-presidente Gilmar Mendes tinham, então, respaldo de um super poder judicial acima da lei e da Constituição da República. Hoje eles não tem mais. As coisas mudaram no Brasil. E continuarão mudando.


As afirmações mentirosas e criminosas dirigidas por ele contra mim serão apreciadas em instrumentos próprios e no foro adequado, registrando que não tem indícios e documentos que classifiquem qualquer conduta na minha atividade como policial ou parlamentar vinculados ao esquema Cachoeira.


Talvez o destempero, nervosismo e arrogância de Gilmar Mendes se explique ao longo da CPMI do Cachoeira na ampliação da coleta de dados, documentos e informações que aprofundem as investigações com o objetivo final de revelar as infiltrações nos Poderes da República, que ameaçam o Estado Democrático de Direito.


Por isso, é bom lembrar que as mudanças abrem novos caminhos para o futuro da mesma forma em que resgatam a memória. Assim, retroativamente, podemos desimpedir a evolução de um país que permanece obstruído por um legado de corrupção ética, moral e material. Ressalto ao final que a instauração da Comissão da Verdade e do Acesso à Informação dá para entender que a busca pela verdade é a ordem do dia no Brasil de hoje e de amanhã.


Deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP)
Observação: Nota em resposta as seguintes reportagens:
1) http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2012/05/28/em-entrevista-gilmar-confirma-pressao-de-lula/
2) http://www.conjur.com.br/2012-mai-27/comportamento-lula-indecoroso-avaliam-ministros-supremo
3) http://oglobo.globo.com/pais/lula-sobre-encontro-com-mendes-meu-sentimento-de-indignacao-5049209

terça-feira, 29 de maio de 2012

Troca o disco senador Aébrio Never!

PÓ PÁRA SENADOR?



O senador Aécio Neves voltou à carga, expondo Minas Gerais como exemplo e alternativa para o Brasil, no contexto da crise internacional.
A lenga-lenga é a mesma: choque de gestão e déficit zero. Com Minas crescendo acima da média nacional, recuperou-se a capacidade do estado de prover a infraestrutura, e dá-lhe blá-blá-blá.
Pedimos desculpas aos leitores. Vamos, mais uma vez, desmentir o senador.
Depois de nove anos, o "choque de gestão" revelou um estado quebrado, o mais endividado do Brasil, sem capacidade de elaborar projetos até para captar recursos federais, e comprovadamente, falido. Tanto que Anastasia teve de apelar ao Tribunal de Contas do Estado, para pedir uma estranha "autorização" no sentido de investir os mínimos constitucionais em saúde e educação, somente em 2014.
Se o governo Aécio fez uma excelente gestão, por que costumeiramente fraudou as prestações de contas de seus governos, incluindo gastos constitucionalmente vedados com inativos, saneamento de empresa de capital aberto e outras rubricas em saúde e educação?
Infraestrtutura para o desenvolvimento. A rigor, a não ser pela assinatura de 300 protocolos de intenções, seus dois governos não trouxeram nenhum grande empreendimento industrial para Minas Gerais. O que veio foram ampliações de atividades previamente existentes, e assim mesmo, com fortes incentivos do governo federal.
O "déficit zero", alardeado por ele, já foi desmontado pelo economista e professor Fabrício de Oliveira, da UNICAMP: não passou de "contabilidade criativa". Empréstimos foram considerados receita arrecadada. Somou-se para alcançar o propalado "equilíbrio" fiscal até um calote na dívida da estatal CEMIG. Isso, sem falar no arrocho salarial dos servidores, a precarização de serviços, o sucateamento de instituições de pesquisas e privatização de serviços.
Nenhum outro governo estadual do PSDB, que inicialmente tenha caído no engodo do "choque de gestão" e recebeu sua equipe de consultores e técnicos, faz apologia ao mesmo.
Na falta do que escrever ou dizer, Aécio dá um tiro no pé. Se for esse seu arsenal político, então é muito limitado. A máquina de propaganda de seus governos enganou parte do eleitorado mineiro, por algum tempo. Agora, caiu a máscara. Se não convence nem em Minas Gerais, o que dirá sobre a disputa no Brasil.
Enquanto isso, só lhe restará repetir o disco, até arranhá-lo totalmente.

Jobim já sente a vingança da máfia da imprensa!

Jobim já sente a fúria da complexo mafio-midiático.


VIOMUNDO



Nassif: A retaliação de Veja a Nelson Jobim já começou

publicado em 28 de maio de 2012 às 19:28
Os fins de ciclo costumam ser profundamente didáticos. O final da hegemonia expõe gradativamente os vícios do modelo anterior, as práticas condenáveis, movidas pelo desespero, típicas de períodos de decadência.

Em 2008, na série “O Caso de Veja”, mostrei como se processa esse modelo de criação e destruição de reputações. Montam-se jogadas, artimanhas, estratégias. Quem não se enquadra ao comando da publicação imediatamente é alvo de represália.

Hoje em dia, com a revista em pleno foco, com suas práticas sendo acompanhadas com lupa por toda a opinião pública – devido às ligações com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira – iniciam-se as represálias contra Nelson Jobim. Unicamente porque não endossou a reportagem e expôs a mentira da revista.

Não há sutileza, visão estratégica, análise de crise. Há apenas a truculência, a falta de sofisticação nas ações, o prendo-e-arrebento midiático.


Por Lauro Jardim
Radar on-line

com Robson Bonin, Thiago Prado e Severino Motta
segunda-feira, 28 de maio de 2012

Longe do Jobim

Reunião cancelada

Nelson Jobim já andava queimado no PMDB por causa das críticas que fez ao partido no último dia 17 deste mês, durante o 2º Fórum Nacional – o PMDB e as eleições municipais 2012. Na presença dos principais caciques peemedebistas, Jobim tratou o PMDB como uma sigla “sem opinião, sem cara e sem voz”, um partido sem projeto nacional, simples “homologador” do PT.

Agora, depois de emprestar o escritório para o polêmico encontro de Lula com Gilmar Mendes, Jobim virou uma espécie de leproso. Nenhum cacique quer chegar perto de Jobim nesse momento. Tanto que a bancada peemedebista do Senado cancelou hoje a reunião que teria nesta quarta-feira com Jobim para discutir o pacto federativo.

Por Lauro Jardim

domingo, 27 de maio de 2012

Gilmar Mendes e Veja: a pauta do desespero.




revista que arrendou uma quadrilha para produzir 'flagrantes' que dessem sustentação a materias prontas contra o governo, o PT, os movimentos sociais e agendas progressistas teve a credibilidade ferida de morte com as revelações do caso Cachoeira.


 VEJA sangra em praça pública. Mas na edição desta semana tenta um golpe derradeiro naquela que é a sua especialidade editorial: um grande escândalo capaz de ofuscar a própria deriva.

 À falta dos auxilares de Cachoeira, recorreu ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que assumiu a vaga dos integrantes encarcerados do bando para oferecer um 'flagrante' à corneta do conservadorismo brasileiro. Desta vez, o alvo foi o presidente Lula.




A semanal transcreve diálogos narrados por Mendes de uma inexistente conversa entre ele e o ex-presidente da República, na cozinha do escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Gilmar Mendes --sempre segundo a revista-- acusa Lula de tê-lo chantageado com ofertas de 'proteção' na CPI do Cachoeira.


Em troca, o amigo do peito de Demóstenes Torres, com quem já simulou uma escuta inexistente da PF (divulgada pelo indefectível Policarpo Jr, de VEJA, a farsa derrubou o diretor da ABI, Paulo Lacerda), deveria operar para postergar o julgamento do chamado 'mensalão'.

Neste sábado, Nelson Jobim, insuspeito de qualquer fidelidade à esquerda, desmentiu cabalmente a versão da revista e a do magistrado. Literalmente, em entrevista ao Estadão, Jobim disse: 'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso.


 O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão; tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala (não na cozinha); o Lula saiu antes; durante todo o tempo nós ficamos juntos", reiterou.

A desfaçatez perpetrada desta vez só tem uma explicação: bateu o desespero; possivelmente, investigações da CPI tenham chegado perto demais de promover uma devassa em circuitos e métodos que remetem às entranhas da atuação de Mendes e VEJA nos últimos anos. Foram para o tudo ou nada.


No esforço para mudar o foco da agenda política e criar um fato consumado capaz de precipitar o julgamento do chamado 'mensalão', jogaram alto na fabricação de uma crise política e institucional. O desmentido de Jobim nivela-os à condição dos meliantes já encarcerados do esquema Cachoeira.

 A Justiça pode tardar.

A sentença da opinião pública não.
 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Azenha: Lungarzo faz a lista dos feitores.


Carlos Lungarzo é professor aposentado da Unicamp e membro da Anistia Internacional.

Comentários prá lá de bem colocados feitos pelos leitores do Azenha:

Santos-sp disse:
Atenção a Beto Mansur, ex prefeito de Santos que sempre odiou o PT, zoando com a principal liderança petista de Santos quando elafalou que tinha gás e petróleo em Santos e que hoje se aproxima do PT e toma para si os louros da descoberta do Petróleo e suas boas consequencias para a região.
Ah sim, tem um detalhe, já descobriram escravos em suas fazendas em Goiás…
A cidade da liberdade e da caridade gerou um escravocrata…triste



assalariado. disse:
Nós que somos de ideologia de esquerda temos uma tarefa urgente. Alertar os companheiros do campo e, principalmente, os movimentos que tem ligação com as lutas pela reforma agrária e assalariados rurais permanentes, para quebrarmos de vez a espinha dorsal da burguesia latifundiária do campo.
Dei uma pesquisada rápida nas fichas deles no ( http://www.excelencias.org.br )

Observei o currículo destes exploradores dos assalariados e da nação, notei que, na sua imensa maioria, estes parlamentares são capitalistas do latifúndio ou são de alguma forma ligados/ financiados pelo agronegócios.

Com a palavra os partidos de esquerda e os movimentos sociais do campo.

Saudações Socialistas.


Fabio Passos disse:
Excelente.
E não vamos esquecer que os oligarcas decrépitos do PIG também fazem parte desta gangue: civita, marinho, frias e mesquita.

A bandeira udenista dos tucanos!


O BONDE DA UDN.


SAUL LEBLON NA CARTAMAIOR


É um velho truque do conservadorismo brasileiro reiterado ao longo da história: quando a raiz dos problemas repousa nas entranhas de seu aparelho administrativo ou no descaso histórico com as prioridades da população, desfralde-se a bandeira udenista da sabotagem perpetrada por 'agitadores'.



A lenga-lenga exala naftalina e remete ao linguajar pré-golpe de 64, mas encontra em São Paulo 71 quilômetros de motivações para ser ressuscitada com regularidade suíça pela pigarra do PSDB.



 Nessa rede escandalosamente saturada e curta do metrô --inferior a da cidade do México, por exemplo, com 200 kms-- os registros de panes, acidentes e interrupções tem exibido frequência preocupante: só este ano foram 143 ocorrências, média de uma por dia.

Nesta 4ª feira, a pigarra conservadora aproveitou a greve salarial dos metroviários para isentar a gestão temerária por trás dos transtornos renitentes.



A narrativa é a de um 'jornal da tosse'; gargantas raspando pastilhas Walda emitem denúncias de sabotagem e insinuam 'incêndios do Reichstag' de olho nas eleições municipais.



 Agitadores conturbam o ambiente da metrópole; não fosse isso, os serviços públicos tucans deslizariam no azeite fino de oliva.

O ' jornal da tosse' por definição é pouco informativo: faltam-lhe pernas para driblar números adversos. Em 2011, o governador Alckmin investiu R$ 1,2 bi dos R$ 4,5 bilhões previstos para a expansão do metrô e não deixou por menos na ponta ferroviária: as compras de trens caíram à metade.



No conjunto do sistema o recuo do investimento foi da ordem de 20% sobre 2010. A média tucana de  expansão dos trilhos tem sido de 2,35 kms/ano. Significa que nas mãos do PSDB a rede precisará de cinco décadas para se equiparar a do México.



Até lá as gerações de paulistanos terão a oportunidade de vivenciar o sentido da expressão 'sardinha enlatada', com todos os riscos que a lata encerra.

O 'jornal da tosse' passa ao largo dessas miunças que fazem do metrô de São Paulo o sistema de transporte mais saturado do mundo, com 11,5 milhões de passageiros/por km. Seu forte é a frase lacerdista.



 Com a palavra, um virtuose na arte, o comentarista da tosse José Serra, que limpa a garganta, ajeita a gengivite e sapeca:



 "É muito fácil hoje você paralisar o funcionamento de uma linha qualquer. Uma gravata, uma blusa na porta de uma vagão pode provocar [a paralisação]", disse o ex-governador e pré-candidato do conservadorismo ao comando da capital paulista. "Não digo que todas [as ocorrências) foram sabotagem, mas que algumas delas -- com certeza-- têm a ver com isso".( UOL 23-05).

Depois, com uma tossinha matreira o governador Geraldo Alckmin emenda: ' "Ano passado não teve eleição, nem nenhuma greve, este ano tem (eleição e greve). Será que é só coincidência?"(UOL, 23-05).

O 'jornal da tosse' tem uma visão de mundo que o dispensa de atualizar o noticiário. Em setembro de 2010, em plena eleição presidencial, o metrô de São Paulo registrou uma megapane, seguida de protestos com 17 composições apedrejadas.



A pigarra tucana emoldurou então a voz do governador em exercício Alberto Goldman, que não perdoou: 'Puseram uma blusa na porta de um vagão paralisando o sistema;isso cheira a sabotagem'.

Dias depois, perícia do Instituto de Criminalística comprovou que a pane fora causada pelo colapso técnico do metrô paulistano.



'Mas a blusa estava lá', deu de ombros o pigarrento Goldman. Justiça seja feita, a narrativa tucana tem feito esforços de renovação.



Soninha Francine, do PPS, incorporou-se à bancada da tosse desde o episódio de 2010, quando era chefe de campanha de Serra na Internet e comentou assim,pelo twitter, o acidente que deixou 250 mil pessoas a pé: "“Metrô de Spaulo tem problemas na proporção direta da proximidade com a eleição.



Coincidência? #SABOTAGEM #valetudo #medo”.

Bela pigarreada, Soninha. No engavetamento do último dia 16 , quando duas composições colidiram numa pane do comando automático, ela reafirmou a disposição de injetar ar fresco no script udenista e dedilhou toda faceira no twitter: "Metrô caótico, é? Não fosse pela TV e o Twitter, nem saberia. Peguei linha verde e amarela; sussa".


 Convenhamos, 'sussa', num acidente com 143 feridos é uma pérola. A Soninha achou o tom da coisa: conservadorismo fantasiado de Vila Madalena. Essa pigarra leva jeito

terça-feira, 22 de maio de 2012

A imprensa anti nacionalista do Brasil.




CartaCapital
Roberto Amaral,
Leitor da seção “O Globo há cinquenta anos”, recomendo sua leitura por alunos e professores em sala de aula. Ali, quase diariamente, encontra-se um repositório notável do atraso de nossa vida republicana, o que nos possibilita conhecer o papel de nossa imprensa corporativa como eficiente correia de transmissão da ideologia da Guerra Fria (importando um embate que não nos dizia respeito e trazendo para cá a visão estadunidense), invariavelmente de costas para os interesses nacionais, avessa aos interesses populares e sempre atenta aos negócios do grande capital, principalmente o capital internacional.

os grandes jornais sempre se opuseram ao nacional e ao popular, e assim combateram a campanha do “Petróleo é nosso” e ainda hoje rejeitam a Petrobrás.

Escrevo “nossa imprensa” de forma proposital, pois O Globo não era, não foi e não é uma exceção nesse servilismo aos interesses antinacionais e, sobretudo, contrários ao desenvolvimento do país e a tudo que diga respeito ao povo. O cheiro dos marmiteiros sempre ofendeu ao olfato sensível dos comensais dosLe bec fin.

Por coerência, os grandes jornais sempre se opuseram ao nacional e ao popular, e assim combateram a campanha do “Petróleo é nosso” e ainda hoje rejeitam a Petrobrás e se arrepiam, irritadiços, sobressaltados, diante de qualquer movimento que lhes possa sugerir o menor sintoma de nacionalismo (ou defesa dos interesses nacionais) que possa pôr em risco o projeto do grande Império

Ou de defesa do Estado. E sempre que este submerge, quem paga o pato são os interesses da Nação e dos mais pobres.
Exemplar do que afirmo é a primeira página da edição do Globo do dia 26 de abril de 1962.

Depois de anunciar com alegria a “Primeira explosão nuclear no Pacífico”, sem danos ambientais (embora também diga que “o engenho lançado de um avião que voava a grande altitude, desencadeou numa força explosiva calculada entre 20.000 e um milhão de toneladas de TNT”), o jornal condenava a ameaça de aprovação do projeto do deputado Aarão Steinbruch que instituía o 13º salário: “Os meios financeiros consideram altamente inflacionária e de consequências desastrosas para a economia nacional a implantação de um 13º salário”.
A previsão catastrofista vem no discurso do oráculo do conservadorismo de então: “Deixando de lado a agricultura, para a qual faltam dados positivos, o economista Eugênio Gudin calcula em cerca de Cr$ 80 bilhões a sobrecarga que o aumento representaria no orçamento das empresas”.
Contam os fatos que o projeto foi aprovado e que sua aplicação acumula, hoje, 50 anos de sucesso. Nenhuma empresa faliu por conta dele, o comércio ganhou (e ainda hoje festeja a iniciativa) e começávamos ali a investir no que até os ortodoxos reconhecem ser a alternativa de nossa economia, a saber, o fortalecimento do mercado interno.


Na contramão da História, a mesma imprensa combatia, desde sua instituição, tanto o salário mínimo (Decreto-Lei n.2 2.162 , de 12 de maio de 1940), quanto seus reajustes anuais, sempre apontados como inflacionários. Assim, em 1954, o anúncio de um reajuste de 100%, afinal concedido, provocou grande campanha de imprensa, a edição de um famoso e subversivo “Memorial dos Coronéis” e, afinal, a demissão do Ministro do Trabalho, João Goulart. Jamais aumentar salários, jamais regular a remessa de lucros para o exterior, taxar as grandes fortunas e as grandes heranças. Jamais estabelecer alíquotas crescentes do Imposto sobre a Renda.

Derrubar a CPMF e assim desfalcar o orçamento de nada menos que o ministério da Saúde, ah! isso, sim… Para “destravar a economia”? Não. Seu objetivo era reduzir o controle das movimentações financeiras.
Lembremo-nos de que um dos primeiros atos dos golpistas de 1964 foi a revogação da lei de remessa de lucros…
Agora, já começa a mesma imprensa a dizer que o combate aos juros altos, aumentando o crédito ao consumidor, pode constituir-se em agente inflacionário. Todos os países do mundo podem ter juros mais baixos que o nosso e muitos deles crescer em índices superiores ao nosso. Mas o Brasil, não.

 Esquecem-se os catastrofistas, e esquecem propositalmente, que nosso país sempre cresceu por força da expansão de seu mercado interno, responsável, ademais, pela resistência de nossa economia ao abalos exógenos, de que é exemplo esta última (no sentido de a mais recente) crise do capitalismo financeiro.
O panorama internacional é de desaceleração (e sabemos hoje que as potências europeias não conhecem vacina para a crise, cenário persistente ainda por muitos anos), principalmente na medida em que insistem na suicida política recessiva, imposta unilateralmente (contra os países e suas populações) por uma Alemanha governada pelos interesses dos banqueiros.
A desaceleração das grandes economias, seja qual for o comportamento da China, cuja taxa de crescimento tende a decair sob controle (felizmente), indica, para países como o Brasil, uma queda de suas exportações, principalmente em setores como a exportação de produtos primários, commodities e minérios.
Esse panorama, que assim se descreve desde a aceleração da crise, cobra da economia brasileira o fortalecimento do mercado consumidor interno. Consumidor, bem entendido, na medida em que tiver trabalho e renda.
O fortalecimento desse mercado interno – antigo e permanente pleito da esquerda brasileira – é uma das mais significativas conquistas do governo Lula. Para tal objetivo foi importante o Bolsa Família, foram importantíssimas as políticas de transferências previdenciárias e de assistência social e o apoio à agricultura familiar.

 Mas fundamental foi o aumento de algo como 60% do salário mínimo. Essas medidas foram responsáveis, em seu conjunto, pela criação do que se chama de Classe C (ou de uma nova classe C), cujo poder de compra é equivalente a 12% do PIB.
Essa política é aprofundada pela presidente Dilma quando, corajosamente, decide enfrentar a ganância do sistema financeiro insaciável e irresponsável, impondo uma política de juros consentânea com nossa realidade e as necessidades de nosso mercado, a saber, aumentando o acesso ao crédito, de que decorre o aumento do poder de compra do mercado interno, a reativação do comércio e da indústria, transformando em virtuoso o círculo vicioso da recessão que aumentaria a recessão.
Nesse ponto identificamos um salto de qualidade da atual política, na medida em que se livra dos grilhões do sistema financeiro (parasita por definição) e se associa ao capital produtivo, construindo novas perspectivas de vida para as grandes massas, sempre marginalizadas pelos monetaristas de plantão.
Sabe-se, porém, que a nova política de Dilma, nada obstante sua decisão pessoal, não seria exequível se o governo não dispusesse do tripé Banco do Brasil-Caixa Econômica Federal-BNDES, quase privatizados pela insânia neoliberal.
A política Lula-Dilma, assim, incorpora ao desenvolvimento sua fundamental dimensão social, o acesso à cidadania das populações mais pobres.
Enquanto isso, do outro lado do Equador, as economias classicamente desenvolvidas (EUA, Inglaterra e Japão, para não lembrar Grécia, Irlanda, Espanha e Itália…) convivem com altas taxas de desemprego, baixíssimas taxas de crescimento (tendendo para a estagnação) e no limiar da recessão, com seu perverso custo político, as restrições ao Estado do bem-estar, a xenofobia, as restrições ao livre-trânsito dos nacionais em suas fronteiras, e, mesmo, a realimentação da direita, na França com o fortalecimento da herdeira de Le Pen e na Grécia com o reaparecimento de um arremedo de nazismo, e como tal tanto abjeto quanto grotesco.
A combinação de recessão, miséria e desemprego foram sempre o caminho mais curto para a instauração das tiranias.
De outra parte, os países que se afastaram do monetarismo e do catecismo neoliberal, como o Brasil, retomaram o crescimento, aumentaram suas taxas de emprego e até aqui mantêm sob controle a ameaça da recidiva inflacionária, e, assim, em situação melhor que os “ricos” a enfrentar a crise global, uma crise do sistema privado que estourou no colo do setor público.
Por isso mesmo, cada vez mais consolidamos a opção democrática e começamos a transitar da democracia formal (política), para o que, num amanhã ainda distante, poderemos chamar de democracia real (à falta de denominação mais adequada), aquela que realizará a justiça social.

Nassif:Liberais de araque!

A  TURMA DO TUJA, A DOS JUROS ALTOS E DO QUANTO PIOR MELHOR!

DO BLOG DO NASSIF







Um dos pontos mais curiosos do mercadismo brasileiro é a enorme falta de consistência ideológica. É o liberalismo de jabuticaba, que só floresce por aqui.

Um liberal, por definição, defende o primado da vontade individual – seja do investidor, do consumidor, da empresa. Ao Estado cabe apenas criar um ambiente propício a esse exercício da liberdade individual. E também atuar sobre as expectativas dos agentes econômicos.

Há uma crítica consistente em relação ao modelo econômico dos últimos anos, privilegiando o consumo e não o investimento. Mas não são prioridades conflitantes. Sem o consumo, não se tem o investimento.



Portanto, há que se estimular o consumo e criar as condições necessárias para viabilizar o investimento. Faz-se isso com estímulos fiscais, financeiros e com um câmbio competitivo, melhorando a competitividade em relação aos competidores externos.

A maneira como alguns porta-vozes do mercado reagiram aos estímulos à compra de automóveis é exemplar como falta de consistência ideológica.

Acusam o governo de estimular o super-endividamento irresponsável das famílias.

 E consideram insensatez medidas de estímulo à venda de automóveis para reduzir os estoques das montadoras. Como se o dinamismo do PIB dependesse apenas dos ganhos proporcionados pela Selic elevada.


Como assim? O que propõem, então, é que as famílias sejam tuteladas? Não se acredita no discernimento familiar, na capacidade do sistema financeiro de analisar o crédito, nas práticas prudenciais, no avanço das análises de risco?


Ora, são liberais de araque.


No fundo, querem a tutela do consumidor e das empresas. É a mesma lógica dos Ali Kamel da vida, indignado com o fato de beneficiários do Bolsa Família usarem parte dos recursos para adquirir geladeira.


O liberalismo brasileiro já produziu porta-vozes do nível de Roberto Campos, Mário Henrique Simonsen. Hoje está reduzido a comentaristas que meramente ecoam os grandes pensadores econômicos Natan Blanche e Maílson da Nóbrega.



Não é por outra razão que se tornou um slogan sem idéias, incapazes inclusive de entender a nova lógica de realocação da poupança.


 E dispostos a serem a tutela do mundo. Como qualquer agente do governo chinês.

Começa com M... Termina com erda!

O prefeito "socialista", do PSB, de BH, Marcio Lacerda.


MINAS SÃO MUITAS MINAS, O BRASIL, SÃO MUITOS BRASIS.







O prefeito de Belo Horizonte é Márcio Lacerda e pertence ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Partidos que mergulharam no processo político vigente são siglas e nada além disso, ao sabor das conveniências. Socialista? Onde?


Lacerda é produto de uma aliança no mínimo bizarra, pois junta o PSDB de Aécio, o PSB e o PT. E foi imposição de Aécio. É um dos piores prefeitos da história da capital mineira.


Na sexta-feira perto de 300 homens da Polícia Militar do estado e funcionários da Prefeitura “socialista” desocuparam um terreno do Município onde viviam 350 famílias. O aparato terrorista/policial-militar e “socialista” expulsou as pessoas que lá estava há anos. As lonas usadas – habitação – e a madeira de barracos improvisados de madeira foram para o espaço.


O prefeito “socialista” foi buscar na Justiça a reintegração de posse da área, perto de 35 mil metros e em momento algum imaginou uma solução para as famílias de sem tetos que lá estavam. E é do Partido Socialista Brasileiro, imagine se fosse capitalista.


A última tentativa de evitar a barbárie, semelhante ao que aconteceu em Pinheirinhos em São Paulo, com a agravante que o terreno é um próprio da Prefeitura, morreu nas mãos do desembargador Elias Camilo, em agravo do Ministério Público para evitar a ação criminosa da Prefeitura. O desembargador desembargou a favor do poder.


A falta de sensibilidade social da Justiça e em muitos casos comprometimento com os donos do Estado – instituição – é comovente. Em Minas Gerais se Aécio, por exemplo, entrar no Tribunal de Justiça e ocorrer de o chão estar sujo, tem gente que vai tirar o paletó para o senador não manchar seus sapatos.


Segundo alguns advogados que atuam no TJ/MG o êxito de uma causa, na maioria absoluta dos casos, depende do cartão de quem defende. Se for cartão platina absolve todos, se for ouro, consegue excelentes resultados, se for prata já é mais difícil e se não tiver cartão não consegue nada. Isso é dito em tom de chacota por vários advogados mineiros.

Que o digam as 350 famílias despejadas pelo prefeito “socialista” Márcio Lacerda.
Foi Guimarães Rosa quem disse e escreveu que “Minas são muitas Minas” e foram Afonso Arinos – a quem se atribui equivocadamente a frase – e Tancredo Neves que se apropriaram da mesma na política.

O Brasil também.

São muitos brasis.

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segunda-feira, 21 de maio de 2012

E se a UDN, estivesse no comando do Brasil?

O staff Udenista, à sua esquerda um "Anão do Orçamento" o Estellita Guerra.

E SE ELES AINDA ESTIVESSEM NO COMANDO?

Em 31 de agosto do ano passado, o governo Dilma, ancorado numa percepção correta de agravamento do quadro mundial, cortou a taxa de juro pela primeira vez em seu mandato.



O dispositivo midiático-tucano reagiu entre 'indignado e estupefato', como disse então o economista Luiz Gonzaga Belluzzo em debate promovido por Carta Maior.



 Um mês depois, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ecoava as avaliações dos think tanks demotucanos, a exemplo da Casa das Garças, e dizia ao jornal Valor Econômico que considerava a decisão do BC 'precipitada'.



 Expoentes menores mas igualmente aplicados na defesa dos mercados autorreguláveis, como o economista de banco Alexandre Schwartzman, já haviam se manifestado na mesma linha da abalizada percepção tucana das coisas.



 Em sua douta análise dos fatos, veiculada em 4-09-2011, Alexandre Schwartzman, também conhecido como 'o professor de Deus' pontificava em pedra e cal:" não há indícios de que a crise econômica global de 2011 seja tão grave quanto a de 2008".



Outros sábios de bico longo e o mesmo olhar de lince, como Luis Carlos Mendonça de Barros, o Mendonção, ex-presidente do BNDES e expoente das privatizações no sistema de comunicações, advertiam então que o BC brasileiro ficara refém de um agravamento da crise mundial que justificasse a sua decisão." "O BC passou a torcer pela crise", diziam, argüindo a estratégia brasileira de priorizar o enfrentamento da crise ao combate à inflação.



As linhas acima recuperam uma nota publicada em Carta Maior em 11-11-2011. Seis meses depois, alguns milhares de desempregados à mais e quase uma Grécia a menos no euro, o governo brasileiro --corretamente-- anuncia nesta 2ª feira novas medidas contracíclicas para afrontar a caleidoscópica reprodução da crise financeira mundial --que a sapiência demotucana avaliava como miragem heterodoxa.



 É forçoso arguir: e se eles ainda estivessem no comando da Nação?

(Carta Maior; 2ª feira/21/05/2012)




domingo, 20 de maio de 2012

A IMPRENSA BRASILEIRA E SEUS "NÃO ASSUNTOS".

 AGORA, A ITÁLIA SABERÁ DESTE TRIO DE CAPOS, AÍ. DEMO, CACHOEIRA, E POLICARPO.

DO SITE DO AZENHA VIOMUNDO

CartaCapital: A Itália já sabia de Cachoeira


Bingo! A Itália Já Sabia do Cachoeira


Em 2004, jornalistas peninsulares falavam das ligações do bicheiro com a máfia


Por Paolo Manzo, na Carta Capital


4 de novembro de 2004. Anotem a data porque foi nesse dia que o nome de Carlinhos Cachoeira se tornou famoso também na Itália. Foi quando a principal revista semanal da península, L’Espresso, publicou uma reportagem primorosa sobre as conexões entre as organizações criminosas italianas que com a globalização se espalharam pelo mundo em busca de países onde lavar o dinheiro do narcotráfico, e de empresários de bingos e caça-níqueis. “Azar de Estado” é o título da matéria assinada pelo repórter investigativo Marco Lillo que, além de descrever as relações suspeitas entre as máfias e os monopólios do Estado no setor das apostas recém-legalizadas na Itália, apresentava Cachoeira como o “chefão das apostas ilegais no Brasil”.


De acordo com Lillo, e também outro jornalista italiano – Francesco Giappichini, que nos informa no seu livro Brasile Terzo Millenio – Cachoeira começou a fazer lobby para a Gtech Corporation, empresa americana líder no mundo das lotéricas, até agosto de 2006, quando foi comprada pela italiana Lottomatica SPA por 4,7 bilhões de dólares. Na época, a Gtech era a responsável pelo sistema informatizado das apostas gerenciadas pela Caixa Econômica Federal e, depois da fusão com a Lottomatica, saiu de Wall Street para passar a coletar dinheiro na Bolsa de Milão. Outra conexão com a Itália.


Cachoeira, escreve Lillo, “queria renovar o contrato das lotéricas com a Gtech, operadora do sistema de loterias da Caixa Econômica Federal contratada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por um valor de uns 130 milhões de dólares”.


Com este propósito, contatou Waldomiro Diniz, já presidente da Loterj, a companhia estadual que trata das lotéricas no Rio de Janeiro e já assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu. O “sonho”de Cachoeira, acrescenta Giapichini, era “a conquista do mercado das apostas online”, que valem bilhões, “começando por Goiás, sua terra natal. Na década de 70, Carlinhos conseguiu estender suas atividades a Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio”.


A página 61 do livro traz o trecho mais interessante: “Na sua ascensão, Cachoeira chega finalmente a definir uma estratégia conjunta com a Gtech” e “quem abençoou o acordo entre ele e a multinacional americana foi mesmo Diniz”. Informações do Ministério Público Federal confirmam os textos dos jornalistas italianos, bem como a CPI dos Bingos.


O acordo entre Cachoeira e a Gtech foi acertado “no hotel Blue Tree, em Brasília”, no começo de 2003, enquanto Waldomiro Diniz “ajudaria na renovação do contrato da Gtech com a Caixa”. Não há dúvida de que o governo Lula criou obstáculos à atuação da dupla “Gtech-Cachoeira” – primeiro o governo vetou o decreto dos bingos e depois rompeu o contrato da multinacional com a Caixa em 2005.

 E é certo que ao então senador tucano Antero Paes de Barros Neto, natural de Cuiabá, Carlinhos entregou o vídeo provando a corrupção que o envolvia com Diniz.


É certo também o fato de que, em fevereiro de 2004, o semanário Época publicou o conteúdo daquele vídeo depois que Paes de Barros o entregou ao Ministério Público Federal, provocando o que a mídia local batizou como “o primeiro escândalo do governo Lula”

. Provavelmente casual, mas com certeza macabro, enfim, é o fato de que Luiz França de Moura Neto, o primo do político mato-grossense, foi encontrado morto, com o rosto e as mãos queimadas, no começo de março de 2004.

 Certo ainda é que, em menos de dois meses, o mediador Diniz e o “bicheiro” Carlinhos foram condenados pela Justiça carioca, respectivamente, a 12 e 10 anos e meio por corrupção.
A Lottomatica comprou a Gtech em agosto de 2006 e isso, com certeza, é casualidade, mas tem outro fator relevante que interessa ao Brasil e que, uma vez mais, chega da Itália: a lavagem bilionária de dinheiro das máfias italianas em nosso país.


Para indagar sobre o tema, CartaCapital entrou em contato com o atual procurador-geral de Catânia, na Sicília, Giovanni Salvi. Há 14 anos ele era uns dos promotores mais ativos em Roma. Com a coordenação do Departamento de Investigação Antimáfia Italiano (DIA), juntamente com o colega recém-falecido Pietro Saviotti e, graças à colaboração do FBI, Salvi conseguiu documentos probatórios que mostravam como o Brasil havia se transformado na meta preferida dos mafiosos para lavar o dinheiro do tráfico internacional de drogas.


Fácil imaginar o instrumento escolhido para tanto. Os bingos eletrônicos, as máquinas caça-níqueis e, no Panamá e na Argentina, os cassinos. A operação, que na Itália levou em 1998 à prisão de 46 criminosos, passou à história como Operazione Malocchio, ou seja, Mau-Olhado, referência aos Cachoeiras do mundo. “A operação fundou-se sobre o tráfico para a Itália de várias centenas de quilos de cocaína” conta Salvi a CartaCapital.

“Na chefia dessa organização estava o foragido romano Fausto Pellegrinetti, que usava o pseudônimo de Franco e trabalhava para Cosa Nostra.


O Brasil foi uns dos principais países onde os lucros da droga foram aplicados, através de mediadores da Córsega, principalmente no jogo e nas máquinas caça-níqueis. Nossa fonte principal, Lillo Rosario Lauricella, mafioso de Palermo e braço direito de Pellegrinetti, abandonou nossa proteção e foi morto na Venezuela em 2002”.


Foram 17 milhões de dólares que, em 1997, a dupla Pellegrinetti-Lauricella lavou, comprando e instalando milhares e milhares de máquinas nas salas de bingo brasileiras. O mafioso siciliano Lauricella contatou a empresa ibérica Recreativos Franco por meio de Alejandro Ortiz, um brasileiro que hoje é considerado referência no mercado do jogo ibérico.

Pelo menos quatro empresas nacionais entraram em parceria com o até hoje foragido Pellegrinetti, escreve Marco Lillo: a Bmt Brasil Máquinas e Tecnologia Ltda., a Dimares Distribuidora de Máquinas Recreativas Ltda., a Bingo Matic Produtos Eletrônicos Ltda. e a Startec. “Das investigações sobre essa frente”, comenta Salvi, “nada sei.

A única coisa que posso dizer é que nós passamos todas as informações às autoridades brasileiras”.