A palavra engasgada na garganta do mercado desregulado: Argentina.
Artigo da CARTAMAIOR.
MÍDIA E CRISE: OS
CONSELHEIROS DA SERVIDÃO
A sociedade grega vive uma das escolhas mais difíceis da
história:agarrar-se às migalhas da servidão ou lutar contra ela com o risco de
perder? De um lado o abismo conhecido, de outro o escuro sem nome. Seu povo foi
levado ao túnel dos horrores pela endogamia entre uma elite dissociada dos
interesses da população e uma matilha de espoliadores financeiros que reduziu o
país a um simulacro de Nação soberana.
A riqueza financeira é o grande cadáver da crise que resiste ao
sepultamento. Exercer seu direito de saque sobre a riqueza material da
sociedade implica a partir de agora cortar a merenda das crianças que desmaiam
de fome nas periferias da Grécia. Ou ceifar mais empregos da juventude na
Espanha; ou corroer heroicamente os salários em Portugal. É forçoso dar fim ao
fim e desinflar o sobrepoder rentista, mas não será o mercado a fazê-lo.
A inércia dos aparatos ideológicos bate continência nas colunas,
manchetes, na hierarquização do noticiário, nos editoriais explícitos e nos
tantos quantos implícitos.
'Não há alternativa', advertem em jogral macabro. 'Pior que sangrar nas
mãos dos mercados é a hemorragia de quem tenta enfrentá-los'. Uma
palavra, porém, arranha o azeite da ordem unida
comandada pelo noticiário econômico: Argentina
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