PÓ PÁRA SENADOR?
O senador Aécio Neves voltou à carga, expondo Minas Gerais como exemplo
e alternativa para o Brasil, no contexto da crise internacional.
A lenga-lenga é a mesma: choque de gestão e déficit zero. Com Minas
crescendo acima da média nacional, recuperou-se a capacidade do estado de prover
a infraestrutura, e dá-lhe blá-blá-blá.
Pedimos desculpas aos leitores. Vamos, mais uma vez, desmentir o
senador.
Depois de nove anos, o "choque de gestão" revelou um estado quebrado, o
mais endividado do Brasil, sem capacidade de elaborar projetos até para captar
recursos federais, e comprovadamente, falido. Tanto que Anastasia teve de apelar
ao Tribunal de Contas do Estado, para pedir uma estranha "autorização" no
sentido de investir os mínimos constitucionais em saúde e educação, somente em
2014.
Se o governo Aécio fez uma excelente gestão, por que costumeiramente
fraudou as prestações de contas de seus governos, incluindo gastos
constitucionalmente vedados com inativos, saneamento de empresa de capital
aberto e outras rubricas em saúde e educação?
Infraestrtutura para o desenvolvimento. A rigor, a não ser pela
assinatura de 300 protocolos de intenções, seus dois governos não trouxeram
nenhum grande empreendimento industrial para Minas Gerais. O que veio foram
ampliações de atividades previamente existentes, e assim mesmo, com fortes
incentivos do governo federal.
O "déficit zero", alardeado por ele, já foi desmontado pelo economista e
professor Fabrício de Oliveira, da UNICAMP: não passou de "contabilidade
criativa". Empréstimos foram considerados receita arrecadada. Somou-se para
alcançar o propalado "equilíbrio" fiscal até um calote na dívida da estatal
CEMIG. Isso, sem falar no arrocho salarial dos servidores, a precarização de
serviços, o sucateamento de instituições de pesquisas e privatização de
serviços.
Nenhum outro governo estadual do PSDB, que inicialmente tenha caído no
engodo do "choque de gestão" e recebeu sua equipe de consultores e técnicos, faz
apologia ao mesmo.
Na falta do que escrever ou dizer, Aécio dá um tiro no pé. Se for esse
seu arsenal político, então é muito limitado. A máquina de propaganda de seus
governos enganou parte do eleitorado mineiro, por algum tempo. Agora, caiu a
máscara. Se não convence nem em Minas Gerais, o que dirá sobre a disputa no
Brasil.
Enquanto isso, só lhe restará repetir o disco, até arranhá-lo
totalmente.
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