O PV E SERRA SE MERECEM
Respondi que não tinha nenhum projeto desse tipo, mas ele insistiu: quem sabe adiante?
Nem de longe cogitava então um projeto desses, salvo na remotíssima eventualidade de vir a ser anticandidato ao Executivo por algum partido que se dispusesse a usar as tribunas fornecidas pelo sistema para defender posições revolucionárias, sem nenhuma ambição de vitória eleitoral. Algo que se fazia no passado, mas parece ter saído de moda; agora, todos querem mais é obter nacos do poder.
Pelo sim, pelo não, acabei concordando com a sugestão do meu amigo.
Vem de longe minha atitude de deixar uma porta
aberta para as improbabilidades: aos 18 anos, quando tirei a carteira de
motorista, optei pela habilitação profissional, apenas porque o único requisito
adicional era preencher uma página a mais de questões de múltipla escolha.
Adquiri o direito de dirigir qualquer veículo, menos os que transportassem
cargas perigosas; e, claro, nunca o exerceria...
Aceitei uma má indicação do bom Jorge: ele me recomendou o Partido Verde porque era, no seu entender, o menos sectário do campo da esquerda.
Mas, depois da inscrição, nem o PV me contatou, nem o procurei. Ocupei-me de outros projetos. Nunca me convidaram nem compareci a reunião nenhuma.
O que lancei em março de 2007, à véspera de mais um aniversário da quartelada de 1964, foi mal recebido por uma dirigente estadual, que me respondeu com esta farpa:
Aceitei uma má indicação do bom Jorge: ele me recomendou o Partido Verde porque era, no seu entender, o menos sectário do campo da esquerda.
Mas, depois da inscrição, nem o PV me contatou, nem o procurei. Ocupei-me de outros projetos. Nunca me convidaram nem compareci a reunião nenhuma.
Ao contrário do Jânio, o PV
já decidiu o rumo: direita, volver! |
Postava, contudo, meus artigos na comunidade do
PV no Orkut.
O que lancei em março de 2007, à véspera de mais um aniversário da quartelada de 1964, foi mal recebido por uma dirigente estadual, que me respondeu com esta farpa:
"Quem fez a luta armada, já fez sua autocrítica, na medida que tantas mortes não foram de grande serventia".
A discussão azedou e eu invoquei o direito que
tínhamos de pegar em armas contra uma tirania:
"Eu participei da luta armada e considero nossa opção plenamente justificada nas circunstâncias da época, já que o fechamento de todos os caminhos da luta política, a partir do AI-5, só nos deixava a alternativa de desistirmos da resistência à ditadura ou pegarmos em armas".
Ela retrucou:
"Me espanta isso, pq isso abre precedente prá que numa situação crítica, novamente o fim justifique os meios.
A menos que eu esteja completamente equivocada, o PV defende o pacifismo".
Então, face à insistência dela de que eu
deveria respeitar o opção estatutária do PV pela não violência do Gandhi, eu
comuniquei que estava deixando aquela comunidade do Orkut e providenciaria a
desfiliação do partido logo no dia seguinte (o que fiz).
REQUIESCAT
IN PACE
Que alívio estar há cinco anos fora desse partido que acaba de decidir o apoio a José Serra na próxima eleição municipal!
Plínio Salgado + Índio da
Costa + Geraldo Alckmin = José Serra atual |
Aderir a quem se mancomunou explicitamente com a extrema-direita na última eleição presidencial é vergonhoso.
Assim como vergonhoso é somar forças com quem, como governador, iniciou a escalada autoritária em São Paulo e, mesmo tendo um dia presidido a UNE, não hesitou em autorizar a invasão da USP por brucutus fardados.
E o caráter ignominioso de tal aliança aumenta se lembrarmos da administração calamitosa dos tucanos no Estado, consolidando a ocupação militar da USP, ordenando a blitzkrieg na Cracolândia e a barbárie no Pinheirinho, dentre outras reincidências nas práticas ditatoriais das quais pensávamos ter-nos livrado em 1985.
Enfim, como bom cristão, deixarei os mortos enterrarem seus mortos. O PV e Serra se merecem.
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