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segunda-feira, 11 de março de 2013

Diário Popular: Jornalista Rodrigo Neto é assassinado quando apurava extermínios envolvendo policiais.

 Na foto o jornalista Rodrigo neto, assassinado em Ipatinga MG.

Aqui no Diário Popular

Do blog do ROVAI 


O jornalista Rodrigo Neto, com história de denúncias contra crimes praticados por grupos de extermínio no Vale do Aço, Minas Gerais, foi assassinado a tiros, na madrugada de sexta-feira, em Ipatinga, que fica a pouco mais de 200 quilômetros de Belo Horizonte.


 Ele foi surpreendido por dois pistoleiros quando deixava, à 0h30, o bar Churrasquinho do Baiano, no bairro Canaã. Os assassinos chegaram de moto e, sem tirar os capacetes, fizeram cinco disparos. Dois deles atingiram o jornalista na cabeça e no tórax. 


Trocando o nome das vítimas, você já deve ter lido narrativas assim mais do que uma dezena de vezes.


Há uma semana, Rodrigo Neto teria procurado O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Durval Ângelo (PT), para denunciar o assassinato de um idoso em Santana do Paraíso (Vale do Aço). 


O jornalista suspeitava de vingança, pois a vítima era pai de um dos suspeitos da morte, duas semanas antes, de um cabo da PM supostamente envolvido com grupos de extermínio.



Ou seja, o jornalista investigava delitos que poderiam estar sendo praticados por policiais. 


Outro roteiro que vem se repetindo em diversos lugares, como na chacina ocorrida em janeiro, em São Paulo, onde seis pessoas foram mortas, entre eles o DJ Lah, em frente à casa onde o pedreiro Paulo Batista do Nascimento foi executado por PMs e cujas imagens foram parar no Fantástico.



Radialista e bacharel em Direito, Rodrigo Neto, de 38 anos, trabalhava na editoria de Polícia do jornal “Vale do Aço” e era apresentador do programa “Plantão Policial”, da Rádio Vanguarda. A hipótese de latrocínio (roubo com morte da vítima), segundo o delegado do caso, está praticamente descartada.


 Os assassinos não levaram absolutamente nada.



Entre outras reportagens onde haviam policiais suspeitos, Rodrigo apurou, há sete anos, a chacina de Belo Oriente, como ficou conhecido o assassinato de quatro pessoas na zona rural de Belo Oriente, no Vale do Aço. 


As vítimas eram parentes do suspeito pela morte de um policial militar. Um ano depois, o jornalista voltou à carga ao denunciar o grupo de extermínio da “moto verde”, referência à cor da moto envolvida em crimes de extermínio e que pertenceria a um cabo da PM.



Rodrigo estaria escrevendo um livro sobre esse e outros casos cujo título seria “Crimes Perfeitos”.
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, publicou em seu perfil no Twitter que a morte do jornalista “tem características de execução, um crime contra a vida e um atentado contra a liberdade de direitos humanos”.



No âmbito do ministério foi instalado um grupo de trabalho que irá analisar denúncias e propor ações e diretrizes para buscar impedir que casos como esse se repitam impunemente. 


Este blogueiro participa como representante da Altercom do grupo. No primeiro encontro, fora


 O relato de ambos deu à comissão a exata dimensão de como as forças policiais são hoje a grande ameaça a prática do jornalismo investigativo Brasil afora.


Ambos trabalhavam cobrindo polícia, depois das ameaças que sofreram estão realizando reportagens em outras áreas.


O esquema bandido tem conseguido na base da intimidação covarde afastar aqueles que atuam no sentido de defender a democracia e os direitos humanos no Jornalismo.



A morte de Rodrigo Neto pode vir a calar ainda mais a imprensa no Brasil em relação a investigação da banda podre da polícia. 


Se isso não for imediatamente combatido, teremos um futuro muito complexo pela frente. O México de hoje e a Colômbia de outros tempos podem estar ali na esquina.



Independente de posições políticas, empresários de comunicação, comunicadores, líderes partidários, sociedade civil e todos os segmentos democráticos da sociedade precisam criar um movimento contra esse tipo de censura pela bala. Sem exageros, é isso ou a barbárie.


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