A SENSATEZ ESTÁ À ESQUERDA
A escassa disponibilidade de
tempo, lógica e bom senso para evitar o pior levou Paul Krugman, um moderado,
ao ponto de apelar para o instrumento de um manifesto global de economistas, no
qual adverte:
"Como resultado de suas
ideias erradas, muitos políticos ocidentais estão impondo sofrimento em massa
aos seus povos.
Mas as ideias que eles
defendem para lidar com as recessões foram rechaçadas por quase todos os economistas
depois dos desastres de 1930.
É trágico..."
O gesto de Krugman indica que não
há mais tempo , nem espaço, para qualquer solenidade na crise. Nesse momento, a
Espanha --secundada pela Itália-- implora, esse é o termo, aos gerentes do
euro,em Bruxelas, por uma linha de recursos para salvar seus bancos, sem que
isso signifique o funeral do Estado, imolado em endividamento insustentável.
A lógica da ortodoxia que alimenta
a grande de depressão do século XXI, retruca seu mantra: 'Se os bancos
necessitam socorro, a sociedade pagará por eles'. Será longa e áspera a noite
do século XXI, avisam autoridades do centro à periferia.
A crise se espalhou. Sombras
ofuscam a China, invadem o Brasil.
Dos Brics ricocheteiam de
volta à UE, sangrando empregos e exportações.
Onde está a sensatez? A sensatez
está à esquerda, expressa, por exemplo, no enunciado simples e reto do Syriza
-- 'Se não crescermos, não pagaremos".
Mas a sensatez é demonizada pelo
terrorismo ortodoxo, o mesmo que levou à vitória dos yes men em 17 de
junho,na Grécia.
No dia seguinte, lá estavam os
mercados usando a conquista de Atenas para devorar Madrid, até o osso; condição
na qual Rajoy se apresenta agora aos pés de Bruxelas.
O descarnado suplicando ao
açougueiro, que chance ele tem?
(Carta
Maior; 6ª feira/29/06/2012)
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