GRÉCIA: UM DIA DE FÚRIA:
ATENAS É PALCO DE UMA VERDADEIRA BATALHA CAMPAL, APÓS A APROVAÇÃO DO PLANO DE ARROCHO.
Um cenário de destruição envolvido por espessa nuvem de gás lacrimogênio Essa é a fotografia-síntese da reação popular à aprovação do plano de arrocho que subtrai 1/3 do PIB da Grécia para pagamentos aos credores. Inicialmente circunscrita às imediações da praça Syntagma, sede do Parlamento, a revolta se alastrou por todos os bairros, persistindo até o anoitecer da 4º feira.
ATENAS É PALCO DE UMA VERDADEIRA BATALHA CAMPAL, APÓS A APROVAÇÃO DO PLANO DE ARROCHO.
Um cenário de destruição envolvido por espessa nuvem de gás lacrimogênio Essa é a fotografia-síntese da reação popular à aprovação do plano de arrocho que subtrai 1/3 do PIB da Grécia para pagamentos aos credores. Inicialmente circunscrita às imediações da praça Syntagma, sede do Parlamento, a revolta se alastrou por todos os bairros, persistindo até o anoitecer da 4º feira.
Atenas tornou-se uma tocha de revolta, repressão, bombas e centenas de focos de incêndio. Todos os médicos da cidade foram convocados para atendimento aos feridos e intoxicados pelo bombardeio de gás lacrimogênio que atingiu sobretudo centenas de pessoas encurraladas na estação do metrô próxima do Parlamento. A violência dos conflitos, que deixou um rastro de destruição em todos os equipamentos urbanos do centro da capital, já leva alguns observadores a temerem pelo futuro do governo Papandreu.
Dele ou de qualquer outro que venha a sucedê-lo, mantido o acordo draconiano assinado com os credores. A população grega condensa um aprendizado que a crise financeira propiciou de forma fragmentada à opinião pública mundial: a lógica das finanças desreguladas é antagônica com a lógica da sobrevivência de uma sociedade democrática. Esse aprendizado fulminante fez da Grécia um ponto de mutação na longa convalescência da crise mundial.
Numa sociedade ferida e espoliada, a sobrecarga de sacrifícios equivalentes a reparações de guerra impostas por tropas de ocupação, mistura-se à consciência do esgotamento de um governo, de um regime e de uma ordem financeira que nada mais tem a oferecer, exceto sacrifício e regressão social. Essa mistura letal pode sustentar uma longa e incontrolável série de rebeliões. Nesta 5º feira o Parlamento pretende votar a implantação proporiamente dita do arrocho exigido pelos credores, pela UE e pelo FMI: inclui-se aí o cronograma de privatizações, demissões, cortes de serviços essenciais, redução de salários e elevação de impostos. A ver.
(Carta Maior; 5º feira, 30/06/ 2011)
NA MINHA OPINIÃO NO DESESPERO OS NEOLIBERAIS EUROPEUS AO NÃO OBSERVAREM UMA DAS SUAS PRÓPIAS TEORIAS QUE CHOMSKY DESCREVE E PUBLICO NO TEXTO AÍ ABAIXO, ESTÃO DESTRUINDO A GRÉCIA.
DAÍ A REAÇÃO DESESPERADA DE UMA POPULAÇÃO DESESPERADA PELO ARROCHO IRRESPONSÁVEL DOS SEUS GOVERNANTES NUMA TOTAL SUBMISSÃO AO DEUS MERCADO E AO FMI E AO NEOCONS EUROPEUS.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
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