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domingo, 9 de outubro de 2011

NÃO SUBESTIMEM A UDN, SÃO GOLPISTAS DE ALTA PLUMAGEM!




 

A GESTAÇÃO DE UM NOVO ESTADO

Antes mesmo de tomar posse, a 31 de janeiro de 1951, Getúlio Vargas teve uma pequena mostra do que o esperava nesse novo mandato. A UDN, Aliomar Baleeiro à frente, tenta impedir-lhe a posse, argüindo, frente ao Tribunal Superior Eleitoral, que Getúlio não alcançara a maioria absoluta dos votos (acima de 50%), conforme poderia ser interpretado o que estava disposto sobre a matéria na Constituição de 1946. O argumento do matreiro udenista era o de que "a Carta de 1945 não dizia, taxativamente, que a eleição do presidente da República deve ser por maioria absoluta. Mas pode-se compreender assim". Estillac Leal, assim que se instala a polêmica, parte, destemidamente, em socorro do amigo. Aproveitando uma ocasião cívica, o 15 de novembro, dia da Proclamação da República, em sessão solene, discursa, e aproveita para mandar mais recados aos golpistas de sempre:

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"(...) A soma de representantes de tantas lutas pela manutenção da legalidade republicana é um conforto e um estímulo aos que hoje se mantêm decididos a sustentar a República, e a respeitar a vontade do povo, fonte geradora do bem público e da legalidade.


Nos dias de hoje, circulam rumores agourantes que visam a solapar os princípios em que se assenta a legalidade, isto, é, o voto e a sua legítima representação. Chegam mesmo tais provocações ao despautério de levantar dúvidas à legitimidade do pleito de 3 de outubro último, proclamado como o mais livre , o mais honesto e o mais regular que já se realizou em nossa terra.
(...)
Toda a vez que a República periclitou - e ela está em perigo neste momento - as forças militares souberam, com desassombro, defender a legitimidade republicana. As gerações republicanas aqui presentes , desde os mais velhos aos mais jovens, estavam e estão convencidas desta verdade. E que agora, mais do que nunca, nesta encruzilhada, devemos todos ficar vigilantes e atentos, porque, repito, o regime periclita diante do uma onda de especuladores solertes que, sob a capa de protegê-lo, pretendem asfixiá-lo Sofismas grosseiros, a serviço de interesses inconfessáveis, buscam destruir os fundamentos legítimos das instituições republicanas que exprimem a formação democrática do poder. Contra esses sofismas e seus autores, devemos nos manifestar clara e meridianamente."
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Nessa contenda, Aliomar Baleeiro e seus companheiros udenistas se deram mal; e, assim, com o aval dos militares, com o declarado apoio do PSD e do PTB ao seu governo e a confirmação pelo TSE de sua vitória (18.01.51), Getúlio toma posse, recebendo a faixa presidencial das mãos do general Dutra, seu antecessor.

O novo presidente brasileiro, no entanto, logo saberia, se já não o sabia, de que o Brasil de agora já não era mais o mesmo do período compreendido entre a Revolução de 30 e a redemocratização; a oposição agora, liderada pela UDN, muito mais articulada e ainda mais à direita, com posições ferozmente antigetulistas, prometia não deixá-lo em paz. A esquerda era vista com desconfiança pelo getulismo, desconfiança recíproca, uma vez que considerável parcela dela não acreditava em um Getúlio democrata. Também, junto ao empresariado, a figura do antigo caudilho, ao contrário do que acontecera em seu governo anterior, despertava um certo temor, diante de suas atuais promessas nacionalistas, ou seja, a burguesia temia que as teses da esquerda, com forte cunho nacionalista e antiimperialista, fossem realmente encampadas por ele, conforme prometido, contrariando seus interesses.

A guerra fria instalada entre os Estados Unidos e a União Soviética, lançando seus reflexos por todos os países, o Brasil incluído, é claro, incomoda esse primeiro ano do governo trabalhista e conturba as relações entre as duas nações americanas. E para piorar as coisas, essa época coincide com um período de real enfrentamento com os americanos do norte, especialmente na candente questão do envio de tropas brasileiras para lutar ao lado dos americanos na guerra da Coréia, prontamente recusado por Getúlio, a questão do estímulo do Estado ao processo de industrialização, a sustentação dos preços do café, a implantação do Plano Nacional de Carvão e, por último, mas a mais explosiva, o projeto de criação da Petrobrás.

FONTE DE PESQUISA: BLOG DÉCADADE50.
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