MARCOS COIMBRA. É DILMA EM 2014.
Marcos Coimbra.
Hoje, o PT tem, portanto, dois muito bons candidatos à Presidência: Lula - não se precisa demonstrar - e Dilma. Qualquer um deles, se tivéssemos uma eleição agora, venceria (provavelmente com folga)
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populimarcoscoimbra.df@dabr.com.br
Olhando para 2014
Enquanto se entretinham na contabilidade das crises nos ministérios e se ocupavam com as escaramuças entre os partidos da base governista, poucos analistas de nossa política perceberam algo que ocorreu em 2011. Trata-se, no entanto, de um fato de consequências mais relevantes que todos esses episódios somados.
Ao longo do ano, Dilma tornou-se uma candidata fortíssima a vencer a eleição em 2014 e a permanecer no cargo até 2018. Com isso, a repetir a performance de Lula e a completar um período de 16 anos de hegemonia petista à frente do governo federal.
A possibilidade sempre existiu. Desde quando foi aprovado o instituto da reeleição (não esquecendo que por iniciativa e intenso trabalho do PSDB e de Fernando Henrique Cardoso), foram raros os casos de ocupantes de cargos executivos — presidente, governador ou prefeito — que perderam a eleição de renovação do mandato.
São as exceções, governantes cuja gestão era considerada péssima ou que enfrentaram adversários notáveis. A regra é vencer, mesmo quando as administrações não enchem os olhos. Na dúvida entre o razoável, mas seguro, e o ótimo, porém incerto, a maioria das pessoas costuma preferir o conhecido. Sem contar que é comum a convicção de que quatro anos não são suficientes para pronunciar-se sobre o trabalho de alguém.
Dilma tinha o problema dos que venceram mais pelo prestígio de um patrono do que por seus próprios atributos. Sua vitória veio apesar de quase ninguém a conhecer e de não haver vínculos emocionais entre ela e o eleitor. Seu julgamento poderia, portanto, ser mais severo, e maior o risco de muitos se decepcionarem com ela.
Mas era a sucessora de Lula e se beneficiaria da aprovação das políticas que estavam em andamento e que permaneceriam. E seria, em 2014, a presidente em exercício.
Tudo considerado, era fácil imaginar que Dilma poderia, em tese, ser uma candidata com chance de vencer a reeleição. Salvo se seu governo fosse uma catástrofe.
Terminado 2011, o que vimos foi aumentar a avaliação positiva de seu trabalho. As pesquisas de dezembro e janeiro confirmaram o que se podia perceber desde o início do ano passado: uma tendência de melhoria dos índices de satisfação da população com o governo.
Ela atravessou o desgaste de uma série de problemas no ministério e no segundo escalão, atingidos por sucessivas denúncias, das quais algumas eram verdadeiras e exigiram providências. Enfrentou um ano de complicações crescentes na economia mundial, com reflexos relevantes no nosso desenvolvimento.
Foi aprovada pela vasta maioria da opinião pública e, de candidata potencialmente forte, tornou-se forte no sentido concreto.
É claro que é cedo e que muita água ainda vai correr por baixo da ponte até 2014. Mas é assim que ela começa o segundo ano de governo.
Hoje, o PT tem, portanto, dois muito bons candidatos à Presidência: Lula — não se precisa demonstrar — e Dilma. Qualquer um deles, se tivéssemos uma eleição agora, venceria (provavelmente com folga). E ambos têm idade (ele aos 66, ela aos 64) para disputar algumas mais nos próximos anos.
E as oposições?
Como mostram as pesquisas, só há dois nomes nacionais, de políticos que a maioria da população identifica: FHC e Serra. Nenhum, no entanto, em condições de disputar novas eleições: o primeiro diz que não deseja; o segundo não tem apoio sequer em seu estado e entre seus (ex-) amigos.
O mínimo que deveriam fazer era lançar, o quanto antes, seu candidato “óbvio”, como diz Fernando Henrique. Aécio precisa ser logo identificado como o rosto da oposição, o político que vai representar o “outro lado” em 2014.
Os próximos três anos são indispensáveis para alguém que apenas 20% da população conhece um pouco melhor. Talvez não resolvam, mas não podem ser desperdiçados.
Enquanto se entretinham na contabilidade das crises nos ministérios e se ocupavam com as escaramuças entre os partidos da base governista, poucos analistas de nossa política perceberam algo que ocorreu em 2011. Trata-se, no entanto, de um fato de consequências mais relevantes que todos esses episódios somados.
Ao longo do ano, Dilma tornou-se uma candidata fortíssima a vencer a eleição em 2014 e a permanecer no cargo até 2018. Com isso, a repetir a performance de Lula e a completar um período de 16 anos de hegemonia petista à frente do governo federal.
A possibilidade sempre existiu. Desde quando foi aprovado o instituto da reeleição (não esquecendo que por iniciativa e intenso trabalho do PSDB e de Fernando Henrique Cardoso), foram raros os casos de ocupantes de cargos executivos — presidente, governador ou prefeito — que perderam a eleição de renovação do mandato.
São as exceções, governantes cuja gestão era considerada péssima ou que enfrentaram adversários notáveis. A regra é vencer, mesmo quando as administrações não enchem os olhos. Na dúvida entre o razoável, mas seguro, e o ótimo, porém incerto, a maioria das pessoas costuma preferir o conhecido. Sem contar que é comum a convicção de que quatro anos não são suficientes para pronunciar-se sobre o trabalho de alguém.
Dilma tinha o problema dos que venceram mais pelo prestígio de um patrono do que por seus próprios atributos. Sua vitória veio apesar de quase ninguém a conhecer e de não haver vínculos emocionais entre ela e o eleitor. Seu julgamento poderia, portanto, ser mais severo, e maior o risco de muitos se decepcionarem com ela.
Mas era a sucessora de Lula e se beneficiaria da aprovação das políticas que estavam em andamento e que permaneceriam. E seria, em 2014, a presidente em exercício.
Tudo considerado, era fácil imaginar que Dilma poderia, em tese, ser uma candidata com chance de vencer a reeleição. Salvo se seu governo fosse uma catástrofe.
Terminado 2011, o que vimos foi aumentar a avaliação positiva de seu trabalho. As pesquisas de dezembro e janeiro confirmaram o que se podia perceber desde o início do ano passado: uma tendência de melhoria dos índices de satisfação da população com o governo.
Ela atravessou o desgaste de uma série de problemas no ministério e no segundo escalão, atingidos por sucessivas denúncias, das quais algumas eram verdadeiras e exigiram providências. Enfrentou um ano de complicações crescentes na economia mundial, com reflexos relevantes no nosso desenvolvimento.
Foi aprovada pela vasta maioria da opinião pública e, de candidata potencialmente forte, tornou-se forte no sentido concreto.
É claro que é cedo e que muita água ainda vai correr por baixo da ponte até 2014. Mas é assim que ela começa o segundo ano de governo.
Hoje, o PT tem, portanto, dois muito bons candidatos à Presidência: Lula — não se precisa demonstrar — e Dilma. Qualquer um deles, se tivéssemos uma eleição agora, venceria (provavelmente com folga). E ambos têm idade (ele aos 66, ela aos 64) para disputar algumas mais nos próximos anos.
E as oposições?
Como mostram as pesquisas, só há dois nomes nacionais, de políticos que a maioria da população identifica: FHC e Serra. Nenhum, no entanto, em condições de disputar novas eleições: o primeiro diz que não deseja; o segundo não tem apoio sequer em seu estado e entre seus (ex-) amigos.
O mínimo que deveriam fazer era lançar, o quanto antes, seu candidato “óbvio”, como diz Fernando Henrique. Aécio precisa ser logo identificado como o rosto da oposição, o político que vai representar o “outro lado” em 2014.
Os próximos três anos são indispensáveis para alguém que apenas 20% da população conhece um pouco melhor. Talvez não resolvam, mas não podem ser desperdiçados.
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