Alucinatiosns.
Ted Sorensen, o ghost writer de Jonh Kennedy, este não era dado a libações, nem usava nehuma substância alucinógena, bem que o Aócio Cunha, lá do seu lindo Leblon, poderia contratar um desta estirpe.
Colírio alucinógeno.
Só pode ter sido isso que Aécio usou, tomando emprestado do
Zé Simão, para escrever o onírico festival de besteiras em seu artigo
semanal.
Para ele, o Plano Real é a fonte de tudo de
bom que aconteceu no país, nos últimos 18 anos.
Ele lista benefícios que, só por
meio de mágica ou muita desfaçatez, podem ser atribuídos à estabilização da
inflação.
Primeiro ele blefa, nivelando Itamar a FHC.
O plano foi de responsabilidade de Itamar
Franco e correspondia a um gabarito internacional de combate à inflação,
fabricado por agências internacionais.
E FHC foi apenas o beneficiário político
e eleitoral do Plano.
Segundo, falar do PROER (plano de injeção de
dinheiro público em bancos fraudadores e em falência) sem explicar que muitas
operações criminosas foram bancadas com dinheiro do povo é oportunismo e
cumplicidade.
E dizer que criminosos foram “indenizados” e somente acusados de
incompetentes, já que nenhuma auditoria séria foi feita nessas instituições
(bancos Nacional, Econômico, Bamerindus etc), também é outra omissão na
analítica rasa do senador Neves.
Foram 50 bilhões de Reais, a preços
contemporâneos, que cobriram rombos de bancos que se especializaram nos ganhos
com a inflação galopante e em operações financeiras
temerárias, criminosas, que nunca foram investigadas.
E Aécio elogia isso! Ou
seja, ele elogia a estatização de prejuízos herdados da “moeda” inflacionária
precedente e de falcatruas nunca investigadas nos bancos
privados!
Terceiro, ele infere que a universalização
da saúde e da educação foi consequência direta do Plano Real. Que coisa: algo
incompleto nos dias atuais, a educação e a saúde já foram “obras acabadas” em
seu raciocínio tosco.
Esse tipo de raciocínio estupra todos os processos
históricos de luta social que resultaram no SUS e nos avanços educacionais que,
aliás, precisam ainda avançar muito.
Noutra dimensão, ele “se esquece” de que o
Plano Real era um pé, de um tripé.
As privatizações de empresas de telefonia,
de mineração, de energia elétrica, de siderurgia etc foram um outro pé. Um pé
barato, diga-se de passagem.
Verdadeiras doações de patrimônio público que
comprometeram a soberania nacional.
O terceiro pé foi o sucateamento das
universidades e do ensino técnico, da saúde, dos órgãos fiscalizadores, o
arrocho salarial de servidores federais, a falta de concursos, o fator
previdenciário e todas as demais “expropriações” de direitos trabalhistas e
sociais que FHC conseguiu perpetrar.
Bem-vindo ao “deserto do Real”, senhor
Aécio; parafraseando um título de um livro Slavov Zizek.
A URV, base do Plano Real, não é uma pílula
alucinógena que o personagem Morpheus (Laurence Fishburne, do filme
Matrix) ofereceu a Vossa Excelência, o pretenso Neo (Keanu Reeves) da
saga tucana.
A URV foi um artifício de estabilização monetária que não teve o
poder de criar programas sociais e alterar as condições, no Brasil, de saúde, educação, moradia, saneamento etc.
Somente
em sua cabeça é que isso pode ter sido alcançado.
Haja colírio alucinógeno!
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