O mercado e o governo de direita de Rajoy, está prestes a exterminar os pobres.
Mineiros em Madrid, após protesto sangrento: ‘Voltaremos com dinamites’.
O protesto de mineiros em Madri, capital espanhola, nesta
quarta-feira, acabou com a prisão de cinco pessoas e mais de 20 feridos.
As manifestações ocorreram em frente ao Ministério da Indústria e
alguns dos manifestantes tentaram derrubar as barreiras instaladas ao
redor do prédio.
A polícia tentou dispersar os manifestantes com balas
de borracha lançadas ao alto e algumas atingiram, em cheio, os alvos,
causando sérios ferimentos nas vítimas. Há relatos de que os
manifestantes reagiram e atiraram objetos contra os policiais. Muitos
manifestantes ficaram sentados no chão, pedindo calma e afirmando que se
tratava de uma manifestação pacífica.
O protesto faz parte da chamada Marcha Negra, em que mineiros
de várias regiões da Espanha caminharam 400 quilômetros até Madri para
protestar contra os cortes aos incentivos públicos destinados ao setor. O
governo reduziu para 111 milhões de euros a ajuda, o que colocou em
risco cerca de 30 mil empregos no país.
Em resposta, o governo espanhol
piorou a situação, com o anúncio de que pretende economizar 65 bilhões
de euros (cerca de R$ 162 bilhões) nos próximos dois anos e meio, para
saldar seus compromissos com a banca europeia. Além de cortes no
Orçamento, haverá aumento de impostos.
– Somos lutadores e nos defenderemos – disse um dos mineiros que, em
seu discurso a uma multidão, agradeceu a “todos os que nos têm ajudado”.
Em uma clara advertência ao ministro titular da Indústria, José
Manuel Soria, os mineiros lhe disseram para “não acreditar em outra
coisa que não aquelas que lhe dizemos”.
– Amanhã voltaremos, e na próxima visita traremos dinamite – gritaram os mineiros.
Protesto gigante
Na manhã desta quarta-feira, milhares de mineiros, cantando e
lançando fogos de artifício, marcharam pelo centro de Madri em protesto.
Ao lado de sindicalistas na capital, os mineiros marcharam fazendo
barulho no clímax de um protesto de 44 dias contra um corte de 60% em
subsídios ao carvão que, segundo eles, vai causar o fechamento de minas e
deixar muitos sem trabalho.
– Nós estamos apenas pedindo para cortar 10% em vez de 60%. Se não
prestarem atenção em nós, voltaremos — com dinamite – disse Carlos
Marcos, de 41 anos, mineiro há 23 anos.
Alguns dos mineiros na “marcha negra” haviam caminhado 400
quilômetros a partir do norte da Espanha. Muitos carregavam bengalas de
madeira.
– Temos que tomar as ruas para lutar, porque está chegando o momento
em que não teremos o suficiente para comer – disse o mineiro José Ramon
Pelaz, de 38 anos.
O premiê Rajoy, de centro-direita, delineou medidas de austeridade no
Parlamento para economizar 65 bilhões de euros (US$ 79,66 bilhões),
incluindo um aumento no imposto sobre valor agregado nas vendas e cortes
no orçamento para os ministérios do governo.
Os manifestantes marcharam pela principal avenida empresarial da
cidade, Paseo de la Castellana, até o Ministério da Indústria, com
cartazes com slogans como “Rajoy, seu futuro é mais escuro do que o
nosso carvão”, cantando músicas barulhentas e gritando:
– Sim, nós podemos! – gritavam os manifestantes, em meio a estrondos de fogos de artifício eram frequentes.
Alguns dos mineiros que marcharam pelo norte da Espanha desde junho
vieram das Astúrias, um centro tradicional da militância esquerdista. Os
mineiros se reuniram em Puerta del Sol, em Madri, o ponto central da
Espanha, nas primeiras horas de quarta-feira, com o caminho iluminado
pelas luzes de seus capacetes.
Eles foram recebidos por milhares de
espanhóis que apareceram por simpatia ao movimento.
Assista o vídeo:
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