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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Os intelectuais e o PT. A maioria eram uns pequenos burgueses, transvestidos de operários.

Professor Chico Oliveira sociólogo da USP, um dos primeiros intelectuais a abandonar o barco do PT quando a política ferveu.

Do blog do NASSIF

Por R Godinho
No final da ditadura, ali pelo meio dos anos 80, quando as prisões, legais (poucas) e ilegais (muitas), já haviam quase acabado, todo começo de noite podia-se ir à Cinelândia, no centro do Rio, e tomar um chope nos bares da praça, discutindo política.

 O local fervilhava.

 Ali, todo dia, se decidia como e quando se faria a Revoluçao.

Essa gente formava a elite intelectual dos partidos de esquerda. Eram os "pensadores" do socialismo e dos meios para chegar lá.

 E saiam dali bêbados, ou quase, para ir dormir mais uma noite revolucionária.

 Ações práticas, que é bom, nada.


Só análises, discussões, e, no final, culpar a ignorância e venalidade do povo, que se deixava comprar por tijolos ou dentaduras.
Nem de longe lhes passava pela cabeça que, para o pobre, poder mastigar direito ou ter uma parede que não fosse de tábuas de caixotes era muito mais revolucionário do que a tomada do poder.

 A concretude das demandas da classe trabalhadora, suas necessidades reais e imediatas eram (e ainda são) consideradas como fruto da ignorância e do egoísmo incutidos pelo capitalismo brutal.

Por sempre terem sido supridos nessas necessidades, por sempre as terem à mão (ou, em delírio obtuso, haver a elas renunciado "em nome da Revolução"), não podiam ver algo normal e corriqueiro (para eles) como algo essencial a conquistar.

Pequenos burgueses metidos a operários.


Pequenos burgueses, cheios do ranço da superioridade de classe, travestidos de revolucionários.
Quando o PT nasceu, nasceu lotado dessa gente.

É verdade que, sendo eles relativamente muitos e muito divididos em grupos, a despeito do autoritarismo inerente ao seu modo de pensar, produziram uma notável democracia interna no partido.

E enquanto essa gente teve importância e domínio sobre o PT, o partido se viu isolado da sociedade, tendo inclusive um fracasso retumbante na sua primeira eleição.

 Quando, afinal, a visão pragmática e mais próxima do que o povo de fato anseia começou a tomar conta do partido, trataram de sair (ou serem saídos), não sem fazer um imenso escândalo, exatamente na imprensa burguesa...
O PT tem erros. Lula tem erros. Não são deuses, são homens.

 Mas quem atende melhor aos interesses da classe trabalhadora, aquele que faz o discurso do moralismo pequeno burguês do PIG ao mesmo tempo que prega uma revolução impossível, ou quem segue em frente, tampando o nariz para o mal cheiro de certas companhias políticas, avançando no atendimento das necessidades do povo trabalhador?
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Um interessante comentário de um navegaante do blog, sobre esta gente intelectualizada e que depois procurou o brilho e o estrelismo no PIG:





São da mesma forja que o Serra.



Teleguiados pela "opinião pública" do PIG.



O problema do Chico e de cada dez entre dez intelectuais que deixaram o PT "pelos desvios éticos" é que eles foram petistas do mesmo modo que o Roberto Freire foi comunista: de vitrine.

 Era charmoso, agregava valor às suas famas de intelectuais, serem de um partido de esquerda; e de quebra ainda ganhava uma eleiçãozinha aqui, outra ali.



 Para boa parte da mídia era bom porque lhe dava ares de centrista e apartidária; e pra eles que se davam bem, no mínimo como colunáveis.



Na hora do vamos ver, quando a política de fato ferveu, como ratos abandonaram o barco a que de fato nunca pertenceram.

Por isso mesmo toleraram o Sassá Mutema(*) até este virar um dos maiores presidentes que a República Federativa do Brasil já teve.



Mas nunca suportaram de fato a liderança do "analfabeto" e sem aquele monte de penduricalhos de diplomas de serventia apenas para a pavonice; sequer o fato de ter chegado ao Congresso Constituinte.



 Engoliram em seco por anos o líder da turma do "macacão azul".



(* Lula, segundo biotipo da novela da Globo, O salvador da pátria, trama principal brilhantemente conduzida com o tucaníssimo, grande Lima Duarte e contracenada principalmente com a tucaníssima "cansada" Maitê Proença).


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