Professor Chico Oliveira sociólogo da USP, um dos primeiros intelectuais a abandonar o barco do PT quando a política ferveu.
Do blog do NASSIF
Por R Godinho
O local fervilhava.
Ali, todo dia, se decidia como e quando se faria a Revoluçao.
Essa gente formava a elite intelectual dos partidos de esquerda. Eram os "pensadores" do socialismo e dos meios para chegar lá.
E saiam dali bêbados, ou quase, para ir dormir mais uma noite revolucionária.
Ações práticas, que é bom, nada.
Só análises, discussões, e, no final, culpar a ignorância e venalidade do povo, que se deixava comprar por tijolos ou dentaduras.
A concretude das demandas da classe trabalhadora, suas necessidades reais e imediatas eram (e ainda são) consideradas como fruto da ignorância e do egoísmo incutidos pelo capitalismo brutal.
Por sempre terem sido supridos nessas necessidades, por sempre as terem à mão (ou, em delírio obtuso, haver a elas renunciado "em nome da Revolução"), não podiam ver algo normal e corriqueiro (para eles) como algo essencial a conquistar.
Pequenos burgueses metidos a operários.
Pequenos burgueses, cheios do ranço da superioridade de classe, travestidos de revolucionários.
É verdade que, sendo eles relativamente muitos e muito divididos em grupos, a despeito do autoritarismo inerente ao seu modo de pensar, produziram uma notável democracia interna no partido.
E enquanto essa gente teve importância e domínio sobre o PT, o partido se viu isolado da sociedade, tendo inclusive um fracasso retumbante na sua primeira eleição.
Quando, afinal, a visão pragmática e mais próxima do que o povo de fato anseia começou a tomar conta do partido, trataram de sair (ou serem saídos), não sem fazer um imenso escândalo, exatamente na imprensa burguesa...
Mas quem atende melhor aos interesses da classe trabalhadora, aquele que faz o discurso do moralismo pequeno burguês do PIG ao mesmo tempo que prega uma revolução impossível, ou quem segue em frente, tampando o nariz para o mal cheiro de certas companhias políticas, avançando no atendimento das necessidades do povo trabalhador?
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Um interessante comentário de um navegaante do blog, sobre esta gente intelectualizada e que depois procurou o brilho e o estrelismo no PIG:
São da mesma forja
que o Serra.
Teleguiados pela
"opinião pública" do PIG.
O problema do Chico
e de cada dez entre dez intelectuais que deixaram o PT "pelos desvios
éticos" é que eles foram petistas do mesmo modo que o Roberto Freire foi
comunista: de vitrine.
Era charmoso, agregava valor às suas famas de
intelectuais, serem de um partido de esquerda; e de quebra ainda ganhava uma
eleiçãozinha aqui, outra ali.
Para boa parte da mídia era bom porque lhe
dava ares de centrista e apartidária; e pra eles que se davam bem, no mínimo
como colunáveis.
Na hora do vamos
ver, quando a política de fato ferveu, como ratos abandonaram o barco a que de
fato nunca pertenceram.
Por isso mesmo
toleraram o Sassá Mutema(*) até este virar um dos maiores presidentes que a
República Federativa do Brasil já teve.
Mas nunca
suportaram de fato a liderança do "analfabeto" e sem aquele monte de
penduricalhos de diplomas de serventia apenas para a pavonice; sequer o fato de
ter chegado ao Congresso Constituinte.
Engoliram em seco por anos o líder da turma do
"macacão azul".
(*
Lula, segundo biotipo da novela da Globo, O salvador da pátria, trama principal
brilhantemente conduzida com o tucaníssimo, grande Lima Duarte e contracenada
principalmente com a tucaníssima "cansada" Maitê Proença).
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