Presidente do PT diz que STF se recusa
a julgar mensalão do PSDB.
Para presidente do PT, STF deve usar com os
tucanos de Minas Gerais o mesmo tratamento dado aos petistas em relação ao
julgamento do Mensalão
O
presidente nacional do PT, Rui Falcão, se manifestou pela primeira vez hoje de
uma forma aprofundada sobre o julgamento do mensalão.
Ele
fez críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo ele, não
quer os tucanos envolvidos no mensalão mineiro do PSDB sejam julgados da mesma
forma que foram julgados os petistas.
“Não
queremos uma revanche.
Não quero que julguem o mensalão tucano do
mesmo modo que foi julgada a ação penal 470 (a ação do mensalão).
O
que nós queremos é que o Supremo julgue com base nos autos e garantindo a
presunção de inocência e o direito de defesa”, afirmou o presidente do partido.
Na
quinta-feira, o PT vai divulgar um manifesto a respeito do julgamento. O texto,
que teve a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai pautar
a reação política do partido às condenações de lideranças históricas como o
ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoino e deve conter
críticas contundentes à forma como o caso foi tratado pelo Supremo e à
repercussão que isso pode ter para o restante da sociedade em julgamentos
futuros em todas as esferas do Judiciário.
Segundo
Rui Falcão, um dos pontos da agenda do PT para o ano que vem é a criação de um
marco regulatório da mídia que, segundo ele, não vai ser por cabresto, mas,
pelo contrário, vai ampliar a liberdade de expressão.
Falcão
disse que se reuniu recentemente com um alto executivo das Organizações Globo e
encontrou um primeiro ponto em comum para o debate que seria a proibição de que
políticos tenham concessões de rádio e TV.
Ainda
de acordo com o petista, a discussão deve acontecer no Congresso. O partido não
vai tomar a iniciativa porque defende que o projeto deve partir do Executivo,
ou seja da presidenta Dilma Rousseff.
No
entanto, Falcão disse que ainda não conversou com a presidente sobre o assunto.
Ele
lembrou que Lula, quando estava no governo, tinha um projeto do ex-ministro
Franklin Martins, mas que foi engavetado.
Ainda de acordo com o presidente do PT, o
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, elabora outra proposta do gênero,
mas esse é um ponto de divergência entre o PT e o governo.
Num
balanço prévio das eleições, Falcão avaliou que a oposição saiu enfraquecida
das urnas, mas alertou que hoje existe uma outra oposição ao PT e disse que a
oposição mais forte não é partidária.
“O resultado enfraquece a oposição partidária,
a oposição parlamentar, mas existe ainda uma outra oposição que não é a
partidária”, afirmou.
Questionado se a oposição
estaria na mídia, ele não quis responder.
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