Do Blog do Celso Jardim, por ser ele um paulista, acho que ele tem uma percepção mais apurada do que se passa na cabeça dos nosssos irmão da grande cidade de São Paulo. GRIFO MEU PTREMDAS13E13.
A DONA MARIA DA VILA MARIA.
O tio da Dona Maria foi ativo do movimento separatista, Dona Maria acha certo que São Paulo deveria ser separada dos demais estados.
A irmã de Dona Maria esteve na passeata da Tradição, Família e Propriedade em 64, antes do golpe militar. Dona Maria é casada com Fernando do “Banespa”.
O banco foi privatizado mudou de nome, mas ainda ele é chamado assim até hoje. Quando o banco foi privatizado Fernando perdeu uma série de direitos trabalhistas.
Hoje o marido da Dona Maria conhecido, como Fernando do Banespa, está aposentado. E reclama muito quando o seu xará, o ex-presidente Fernando Henrique, inventou o fator previdenciário, que diminui muito sua aposentadoria.
Dona Maria tem dois filhos, Clara e Ernesto. Clarinha tem um filho de 15 anos, o Kiko, apelido de Henriquinho, fruto de um romance socialdemocrata, o pai só vai assumir a paternidade do filho quando esse completar 18 anos.
Clarinha comprou um carro depois de muito tempo, graças aos financiamentos do governo Lula. Estava muito feliz, até perder o carro perto de casa quando o transbordou o rio na marginal do Tietê.
Muito triste Clarinha diz que vai ser difícil comprar outro, por causa do Fernando. Seu pai? Não mãe, do banco de horas que foi inventado no governo Fernando Henrique, responde a filha.
Não vou conseguir pagar prestação de um novo carro, sem receber hora extra como eu ganhava antes, esbraveja. De quem é a culpa por não resolver esse problema do rio Tietê? Clara não sabe explicar.
O outro filho de Dona Maria, Ernesto é vendedor, e sua região de atuação é o interior paulista. Vive reclamando que grande parte de suas comissões ficam nas praças de pedágio. Quem inventou esse número de pedágios, pergunta.
A esposa Ernesto é professora do Estado e faz 14 anos que não tem aumento, além de ficar mudando toda hora de escola, porque agora ele é professora temporária, invenção do governador Serra.
Ernesto comprou recentemente uma casa pelo programa do governo federal, “Minha Casa, Minha Vida”. A outra casa que tinha perdeu, para pagar dividas de sua empresa que exportava minérios de ferro.
Quando foi privatizada a Vale do Rio Doce no governo do xará de seu pai, Ernesto perdeu tudo. Acredita que com a criação de mais de um milhão de empregos nesse ano, possa aparecer um melhor que o atual.
A família de Dona Maria se reúne todo domingo para almoçar, antes brigam para ler o jornal que mais gostam, a Folha de S.Paulo, e no almoço sempre falam de política.
Clarinha apesar de ter perdido o carro está esperançosa, e começa a preparar os enfeites de natal, a mãe, Dona Maria disse que não quer mais fazer panetone em casa, pode dar azar.
Fernando, o do “Banespa” e o filho Ernesto discutem na sala, após verem na TV o governador Serra, em quem votaram, dar uma entrevista e dizer, “vou ampliar o Bolsa Família”.
Mas, pai eles não falavam que isso era o bolsa-esmola? Fernando, o pai, com ar professoral falou, isso não tem nada a ver como nossa família. E depois você viu como aumentou a classe média.
Foram os ricos que ficaram mais pobres. Na região norte da cidade onde fica, a Vila Maria, era um grande reduto de Jânio Quadros, hoje é dos demotucanos, o PSDB e o DEM.
Dona Maria não gosta muito de falar de política, achava o outro Fernando, o ex-presidente Fernando Collor, muito bonito, sobre FHC acha que foi um homem maravilhoso para as empresa de fora do país, e que Lula não é muito parecido com os artistas que vê todo dia nas novelas.
E não entende, porque em todo lugar do mundo o Lula é destaque, uma estrela, e não sabe o que quer dizer esse prêmio que ele ganhou na Inglaterra, de estadista do ano.
Essa é a família de Dona Maria da Vila Maria, igual a tantas outras de classe média da cidade paulistana, umas com sobrenome mais tradicional, quatrocentão, outras com sobrenome como o da família de Dona Maria, Vista Curta.
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