Tucanolices e coisas sérias.
O maior feito monetário
do conservadorismo brasileiro foi jogar a taxa de juro do país no patamar meliante de 44%.
O colosso se deu em
1999.
Paradoxalmente na gestão do principal analista financeiro da atualidade, Fernando Henrique
Cardoso, que se dedica à generosa
tarefa de explicar à Presidenta Dilma,como se sabe uma jejuna em economia perto
dos seus cabedais, que o problema central da Nação hoje é o legado do ciclo
Lula.
Para ficar apenas no alicerce fiscal/monetário: em dezembro de 2002 -- último mês do PSDB na Presidência da República-- a relação dívida/PIB atingia estratosféricos 63,2%, praticamente o dobro dos 30,2% existentes no início do ciclo tucano, em 1994.
Anote-se: isso, depois de
um salto da carga fiscal, que passou de 28,6%
para 35% no período.
Hoje a relação dívida/PIB
é de 35%; a previsão para 2013 é de 32,7%.
Reverteu-se o desastre com uma oscilação de apenas 2 pontos na receita tributária, sem considerar as desonerações e incentivos fiscais.
A média
da taxa de juros real (acima da inflação) no período de 1997 a 1999 foi de
estupendos 21,4%.
Hoje é de inéditos
1,98%.
Regressões e digressões
tucanas, um pleonasmo, elidem o que de fato importa: apesar da queda de 4,5
pontos nos juros desde agosto de 2011, o orçamento de 2013 reserva aos
rentistas R$ 108 bi; destina R$ 38 bi à educação e R$ 79,4 bi à saúde.
Aos investimentos ( PAC e Minha Casa) couberam R$ 187 bi. Mesmo que se reduza à metade o gasto com juro, o espaço fiscal para um salto substantivo --indispensável-- nos recursos aos investimentos e serviços essenciais continuará magro.
Depois da vitórias contra
a pobreza, chegou a vez de afrontar a desigualdade.
Entre outras tarefas estruturais, isso
pressupõe ampliar o universo tributável de modo a abranger o estoque da riqueza
existente.
O oposto das tolices
regurgitadas por FHC.
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