BIONDI UM NACIONALISTA, JÁ TINHA MOSTRADO OS CRIMES DOS TUCANOS EM 1996.
ALOYSIO BIONDI, na Folha de S. Paulo, em 28/11/1996.
Na semana passada, a Petrobrás anunciou a descoberta de um novo poço gigante, furado no fundo do mar de Campos, no Rio, capaz de produzir 10 mil barris por dia.
Talvez um em cada 1 milhão de brasileiros seja capaz de entender o significado fantástico desse número. Então, vale a pena dissecá-lo, neste momento em que se debate a privatização da vale do Rio Doce, a quebra do monopólio estatal do petróleo, a venda de estatais a toque de caixa, com a divulgação de mentiras para manipular a opinião pública.
No Brasil – os primeiros poços de petróleo do Brasil, descobertos no Recôncavo Baiano, produziam em média cem barris por dia; eram poços ”fraquinhos” quando comparados com os do México, Venezuela ou Oriente Médio.
No final dos anos 60, em 1968, a Petrobrás descobriu o primeiro poço de petróleo no fundo do mar, mais exatamente na plataforma submarina de Sergipe, com poços capazes de produzir 1.300 barris por dia, isto é, 13 vezes mais do que os poços baianos e próximo da média de México e Venezuela.
O grande salto, que até hoje não foi suficientemente entendido pela opinião pública, veio a ocorrer em meados dos anos 70, com a descoberta de petróleo na plataforma submarina de Campos, onde poços de produção cada vez mais estonteante foram sendo localizados: 3.500 barris/dia, 7.000 barris/dia e, agora, 10 mil barris/dia. Cada poço.
No mundo – esses poços de produção gigantesca fornecem o dobro ou o triplo dos poços recordistas da Venezuela e do México. E, atenção, equivalem aos poços “malucamente” recordistas do Oriente Médio.
EUA e mentiras
Para atacar a Petrobrás, analistas mal-intencionados dizem frequentemente que as empresas petrolíferas abrem milhares de poços nos EUA a cada ano, contra centenas ou dezenas perfurados no Brasil.
A comparação é totalmente enganosa. Nos EUA, por causa da formação dos terrenos e outros fatores, os lençóis de petróleo estão situados a poucos metros de profundidade — e, por isso mesmo, não há brasileiro que não tenha visto, em filmes norte-americanos, um “mocinho” achar petróleo usando ridículas sondas normalmente usadas para abrir cisternas d’água.
Poços de poucos metros de profundidade, facílimos de perfurar — mas que, em compensação, não produzem mais do que dez barris (dez, mesmo) por dia. Mil vezes menos que o poço gigante brasileiro.
A Petrobrás está no extremo oposto. Com plataformas sofisticadíssimas, realiza façanhas: as sondas atravessam uma lâmina d’água (isto é, da superfície até o ”chão” do mar) de 300, 500 metros — e depois começam a perfurar o “chão” do mar, chegando a até 2.000 metros de terreno perfurado.
Uma tecnologia tão avançada, tão ano 2000 — para usar o modismo dominante — que a Petrobrás é premiada como líder absoluta, primeiro lugar absoluto em tecnologia de perfuração submarina. No mundo.
Ainda sem rubor
No caso da Vale, as mentiras são as mesmas. Há décadas, a Vale, por meio da sua subsidiária Docegeo, é a grande descobridora de minérios no país.
Por isso mesmo, descobriu e é dona, em Carajás, no Pará, da maior concentração de — atenção – todos os tipos de minério de — atenção — todo o mundo.
Quanto à sua eficiência administrativa, foi elogiada em artigo recente nesta Folha pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, que, com sua honestidade intelectual, chegou a pôr em dúvida o acerto da privatização ( isso, apesar de seu grupo ser um ”comprador em potencial” ). Se a Vale tem tecnologia e eficiência administrativa, é preciso inventar outra mentira, repetida por ministros, ex-ministros e de-formadores de opinião. Diz-se que a Vale só paga de dividendos ou rende 1% a 2% ao ano para o Tesouro.
Ora, qualquer empresa privada faz o mesmo: se tem um lucro 100, entrega só uma fatia aos donos, aos acionistas, aos sócios e reinveste o restante em novos negócios, novas empresas. Aumenta, com isso, o patrimônio dos donos e o valor de suas ações.
A capacidade de mentir à opinião pública ultrapassou qualquer limite da capacidade de ter vergonha.
O poço gigante referido por Biondi no primeiro parágrafo: Roncador, onde seria instalada a P-36, que iniciou operação em Maio/2000 e explodiu-afundou em 15-20 de março/2001…
No Brasil – os primeiros poços de petróleo do Brasil, descobertos no Recôncavo Baiano, produziam em média cem barris por dia; eram poços ”fraquinhos” quando comparados com os do México, Venezuela ou Oriente Médio.
No final dos anos 60, em 1968, a Petrobrás descobriu o primeiro poço de petróleo no fundo do mar, mais exatamente na plataforma submarina de Sergipe, com poços capazes de produzir 1.300 barris por dia, isto é, 13 vezes mais do que os poços baianos e próximo da média de México e Venezuela.
O grande salto, que até hoje não foi suficientemente entendido pela opinião pública, veio a ocorrer em meados dos anos 70, com a descoberta de petróleo na plataforma submarina de Campos, onde poços de produção cada vez mais estonteante foram sendo localizados: 3.500 barris/dia, 7.000 barris/dia e, agora, 10 mil barris/dia. Cada poço.
No mundo – esses poços de produção gigantesca fornecem o dobro ou o triplo dos poços recordistas da Venezuela e do México. E, atenção, equivalem aos poços “malucamente” recordistas do Oriente Médio.
EUA e mentiras
Para atacar a Petrobrás, analistas mal-intencionados dizem frequentemente que as empresas petrolíferas abrem milhares de poços nos EUA a cada ano, contra centenas ou dezenas perfurados no Brasil.
A comparação é totalmente enganosa. Nos EUA, por causa da formação dos terrenos e outros fatores, os lençóis de petróleo estão situados a poucos metros de profundidade — e, por isso mesmo, não há brasileiro que não tenha visto, em filmes norte-americanos, um “mocinho” achar petróleo usando ridículas sondas normalmente usadas para abrir cisternas d’água.
Poços de poucos metros de profundidade, facílimos de perfurar — mas que, em compensação, não produzem mais do que dez barris (dez, mesmo) por dia. Mil vezes menos que o poço gigante brasileiro.
A Petrobrás está no extremo oposto. Com plataformas sofisticadíssimas, realiza façanhas: as sondas atravessam uma lâmina d’água (isto é, da superfície até o ”chão” do mar) de 300, 500 metros — e depois começam a perfurar o “chão” do mar, chegando a até 2.000 metros de terreno perfurado.
Uma tecnologia tão avançada, tão ano 2000 — para usar o modismo dominante — que a Petrobrás é premiada como líder absoluta, primeiro lugar absoluto em tecnologia de perfuração submarina. No mundo.
Ainda sem rubor
No caso da Vale, as mentiras são as mesmas. Há décadas, a Vale, por meio da sua subsidiária Docegeo, é a grande descobridora de minérios no país.
Por isso mesmo, descobriu e é dona, em Carajás, no Pará, da maior concentração de — atenção – todos os tipos de minério de — atenção — todo o mundo.
Quanto à sua eficiência administrativa, foi elogiada em artigo recente nesta Folha pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes, que, com sua honestidade intelectual, chegou a pôr em dúvida o acerto da privatização ( isso, apesar de seu grupo ser um ”comprador em potencial” ). Se a Vale tem tecnologia e eficiência administrativa, é preciso inventar outra mentira, repetida por ministros, ex-ministros e de-formadores de opinião. Diz-se que a Vale só paga de dividendos ou rende 1% a 2% ao ano para o Tesouro.
Ora, qualquer empresa privada faz o mesmo: se tem um lucro 100, entrega só uma fatia aos donos, aos acionistas, aos sócios e reinveste o restante em novos negócios, novas empresas. Aumenta, com isso, o patrimônio dos donos e o valor de suas ações.
A capacidade de mentir à opinião pública ultrapassou qualquer limite da capacidade de ter vergonha.
O poço gigante referido por Biondi no primeiro parágrafo: Roncador, onde seria instalada a P-36, que iniciou operação em Maio/2000 e explodiu-afundou em 15-20 de março/2001…
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