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sábado, 28 de abril de 2012

ATENTADO À LIBERDADE DE IMPRENSA!

COM INFORMAÇÕES DO AZENHA E DO SÍTIO DO BRIZOLA NETO






Qualquer jornalista sabe a diferença entre receber informações de um bicheiro sobre algum caso e a de, sistematicamente, receber dele material clandestino que incrimine os policiais que lhe criem problemas. Sobretudo, durante anos e sem qualquer menção à luta de submundo que se desenvolvia nestes casos.


No primeiro caso, é jornalismo. É busca da informação e sua apresentação no contexto em que ela se insere.


No segundo, é cumplicidade. É uma associação para delinquir, criminal e jornalisticamente.


No crime, porque viola, de forma deliberada, direitos e garantias constitucionais. No caso Murdoch, o escândalo foi seu jornal ter grampeado telefones por razões políticas. Neste, o de ter utilizado por anos gravações clandestinas fornecidas por um terceiro, um contraventor.

Sob o ponto de vista jornalístico, a pergunta é: se o “grampeador” de Murdoch tivesse trabalhado de graça, o seu jornal, News of the World, teria menos culpa?

Cachoeira trabalhou “de graça” para a revista, mas a revista sabia perfeitamente de seus lucrativos interesses em fornecer-lhe “o material”.

Seria o mesmo que o repórter de polícia, durante anos, saber que a fonte das informações que recebia as transmitia por estar interessado em “tomar” outros pontos de bicho e ampliar seu império zoológico.



É irrelevante se o repórter fazia isso por dinheiro ou por prestígio.



Repórter que agia assim, no meu tempo, chamava-se “cachorrinho”. E tinha o desprezo da redação.



Não se ofenda a profissão confundindo as duas coisas e nem se diga que o sr. Policarpo é mero repórter. É alguém, que pelo seu cargo, tem relações diretas com a administração empresarial da revista.



Não tem sentido falar em “preservação de fontes jornalísticas” quando a fonte e o relacionamento entre ela e um editor – não um simples e inexperiente repórter – já são objeto de registro policial devidamente autorizado pela Justiça.



Sobre o que Veja e Cachoeira conversavam está no processo, não há sigilo a se quebrado aí.



O que se quer saber é como e porque Veja e Cachoeira viveram esta longa relação mútua e que benefícios para uma e outro advieram dela.



Por isso, o senhor Policarpo Júnior deve prestar, como testemunha, declarações à CPI.



Poderá alegar preservação de fontes quando for perguntado se a direção da editora sabia a origem do material que publicava?

Não parece que isso seja sigilo profissional, do contrário Murdoch escaparia ileso.



As gravações hoje pelo jornalista Luis Carlos Azenha,no Viomundo, reveladas a partir dos documentos publicados pelo Brasil 247, são uma pá de cal no tal segredo de justiça que, todos estão vendo, não existe mais.







Dois bandidos assumem que dirigiam as publicações de “escândalos” na Veja.


E isso é um escândalo, que não pode ficar oculto.


Ocultar fatos, sim, é que é um atentado à liberdade de imprensa.

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