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segunda-feira, 23 de abril de 2012

RENATO RABELO:EIS QUE VOS FALA UM SOCIALISTA!

SOCIALISTA DE "CULHONES". 

Renato Rabelo: a revolução é obra de milhões


Em sua intervenção final no seminário PCdoB 90 anos: história, legado, lições e alternativa socialista, o presidente nacional do PCdoB tira lições de nove décadas para a construção e a ação de um partido atualizado e capaz de enfrentar as contradições contemporâneas.

Por José Carlos Ruy, da Redação do Vermelho


As comemorações dos 90 anos do Partido Comunista do Brasil promovidas pela direção nacional foram encerradas em ponto alto no sábado (21) em São Paulo com a última etapa do seminário PCdoB 90m anos: história, legado, lições e alternativa socialista, iniciado na sexta-feira (20) com uma programação que envolveu, na parte da manhã, a exposição das condições contemporâneas da luta pela construção do socialismo na China, Vietnã, Cuba e Venezuela e, à tarde, pela exposição, pelo presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, sobre as Lições dos 90 anos de lutas do PCdoB (veja aqui).




Considerando o seminário como “pleno de êxito”, Renato Rebelo dedicou-se a fazer uma avaliação, de caráter teórico e analítico, das conquistas acumuladas nestes 90 anos de existência continua do Partido Comunista do Brasil, e dos desafios da luta pelo socialismo na atualidade. “Qual o novo período histórico que nós vivemos e qual o Partido necessário, viável, para - neste período histórico - alcançar novas conquistas na luta pelo socialismo”.

Para ser mais preciso, na “nova luta pelo socialismo”, como Renato Rebelo vem insistindo já a algum tempo. Ele parte de um diagnóstico circunstanciado da situação que o movimento comunista vive, no mundo, nestes duas décadas posteriores à derrocada do socialismo na União Soviética e no Leste Europeu.


 Aquela foi uma derrota estratégica, insiste ele. Mas a fase pior está passando, afirma. A fase mais aguda daquela derrota vai dando lugar, diz, a um novo período histórico, “abrindo possibilidades ao acúmulo revolucionário”.

Novo período histórico que pode ser caracterizado pelo aprofundamento da crise do capitalismo que o mundo vive nestes anos; pela mudança gradativa que ocorre a nível do poder mundial; no Brasil, pelo novo ciclo histórico aberto com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva em 2002 e as mudanças iniciadas no quadro político, econômico e social no país; na América Latina, pela integração soberana e autônoma que o continente vive, principalmente na América do Sul, e pelas mudanças que indicam o fortalecimento da soberania continental face ao poderio do imperialismo dos EUA.

O mundo vive hoje condições de mudanças históricas de grande envergadura.. Há um grande acúmulo na base material moderna, disse, que leva a humanidade ao limiar de novas situações. É um desenvolvimento que se traduz no acúmulo de forças produtivas que só poderão ser liberadas com a superação no modo de produção capitalista. 



Deste ponto de vista, em sua explanação, Renato Rebelo identifica uma situação de contradição entre as novas forças produtivas e as relações de produção que só poderá ser resolvida, em benefício do conjunto da humanidade, num novo sistema que supere as limitações impostas pelo capitalismo. Cita, como exemplo, a conquista de uma nova base energética com potencial de superar a predominante atualmente, com base no petróleo e nos combustíveis sólidos.

 E conclui: o modo de produção está, do ponto de vista objetivo, superado historicamente, embora ainda prevaleça em virtude das condições subjetivas moldadas pela política e pela ideologia burguesa que persistem e dominam. Trata-se de uma nova situação que coloca os povos e as nações diante de uma encruzilhada de rumos, e o que prevalecerá depende da luta ideológica e política cujo centro é a definição de uma nova alternativa necessária e viável capaz de superar o sistema capitalista.

Nesta situação, pensa o dirigente comunista, ou surgem novas formas de ação política capazes de impulsionar as forças sociais e políticas interessadas na mudança revolucionária, ou o sistema capitalista pode ainda prevalecer por um longo período histórico marcado por outras crises e pela barbárie. E cita, entre a busca de novas alternativas, os exemplos das nações - como China, Vietnã, Cuba e, agora, Venezuela - que mantém a perspectiva socialista.

No Brasil, disse, o PCdoB procurou elaborar seu programa - que resultou das propostas formuladas anteriormente -, o Programa aprovado pelo 12º Congresso do Partido, em 2009, onde aponta a alternativa a ser seguida na nova luta pelo socialismo nas condições contemporâneas do Brasil. É um programa, disse, que veio exatamente para atender às perspectivas, tendências e desafios contemporâneos. Ali, o PCdoB propõe um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que se apresenta como o caminho ao objetivo estratégico, a conquista da abertura da transição ao socialismo



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. Este será o terceiro salto civilizacional da história nacional. Os dois anteriores foram representados pela conquista da independência, pelo fim da escravidão, pela passagem à República e, o segundo, pela revolução de 1930 que aprofundou as condições de industrialização e desenvolvimento moderno do país.


 E, acentua, a conquista deste terceiro salto civilizatório não será possível nos marcos do capitalismo, mas implica na abertura da transição para um sistema superior, o socialismo.

Neste sentido, o PCdoB - como portador deste programa mais avançado e como instrumento de organização da vanguarda do povo para enfrentar os novos desafios e alcançar novas conquistas - é imprescindível para este novo tempo e a nova luta pelo socialismo. Para enfrentar estas tarefas é necessário um partido de pensamento avançado e revolucionário, com uma tática combativa, ampla e flexível.




Assim, Renato Rabelo referiu-se aos guias básicos para forjar este novo Partido, a partir do balanço da experiência de 90 anos, e ancorado nela. Guias descritas e apresentadas de forma aprofundada no documento PCdoB: 90 anos em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo, aprovado pelo Comitê Central do Partido em 1º de Abril de 2012 e lançado em livro durante o seminário realizado neste fim de semana.




Sucintamente, as guias se referem à luta incessante pela existência de um partido comunista de feição e prática revolucionária - contemporâneo, forte, independente e influente, como garantia para as vitórias; ao desenvolvimento e enriquecimento teórico e ideológico - baseado na ciência social mais avançada, o marxismo, e construído na prática social, como condição essencial para a definição de uma política justa e coerente, de um programa e prática de alcance revolucionário; à garantia da relação dialética e intrínseca entre a formação do Partido, da sua direção, e a conquista das massas trabalhadoras e populares, intervindo nos grandes acontecimentos políticos, como modo determinante para o Partido cumprir sua tarefa revolucionária; um Partido capaz de cumprir sua missão revolucionária deve ser forjado em firme unidade de ação baseada em uma política justa, comprovada no curso dos acontecimentos políticos, e elaborada no aprofundamento do método democrático e participativo, no estímulo à criatividade e à livre expressão das opiniões individuais, na atividade prática mobilizadora, sob a condução de um único centro dirigente; finalmente, na convicção de quem constrói o reúne os meios e as condições para montar e organizar o Partido são seus quadros e, uma vez definida a linha política, eles se tornam fator decisivo para a aplicação das decisões assumidas. 












A síntese destas nove décadas de existência do Partido Comunista do Brasil, concluiu Renato Rabelo, pode ser resumida no reconhecimento de que, com um rumo nítido, com a bandeira da revolução e do socialismo, é preciso ousar seguir um caminho próprio, combativo, amplo e criativo, que responda aos novos fenômenos, porque a revolução é obra de milhões de seres humanos.


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