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Brasil:a grande esperança da Europa em frangalhos
Dirão os otários tunganóides:claro que Lula nada tem a ver com isso.Tudo que está ocorrendo no Brasil é obra de FHC, o corno manso, o rei da corrupção e privataria.E os petistas, sempre bem informados, dirão:chupa, tucanos malditos, que é de uva.Lula é o cara, quem mudou a cara do Brasil foi o Lulão, o garanhão.
Mudanças na política agrícola da UE no ano que vem? Em 2012 talvez nós estejamos discutindo o fim da moeda comum europeia..."
Foi com esse estado de espírito que respondeu uma autoridade da União Europeia a nós, jornalistas, em Bruxelas nesta semana.
O pacote de resgate à Grécia, acordado na quinta-feira em Bruxelas, deu um pouco de respiro aos países europeus. Os yields (retornos) dos papeis da Espanha e Itália, que vinham apanhando por contágio, caíram.
Mas a situação está longe de ser tranquila.
E mercados como o Brasil surgem como alvo prioritário dos europeus.
É neste contexto que se deve avaliar o fim das preferências tarifárias concedidas pela UE ao Brasil por meio do Sistema Geral de Preferências, o SGP.
Atualmente, 12% das exportações do Brasil à UE são cobertas pelas reduções e isenções de tarifas de importação do SGP, em um valor total estimado em 3,4 bilhões de euros. O programa beneficia principalmente máquinas e equipamentos, automóveis, produtos químicos, plásticos e têxteis.
" SGP foi feito para países pobres, vocês não são um país pobre" disse-nos o comissário europeu de comércio, Karel de Gucht. "Vocês são um país que ainda tem pessoas pobres, mas claramente o SGP não é feito para vocês."
A UE quer usar o fim do SGP como alavancagem para conseguir concessões do Brasil na negociação do acordo de livre-comércio UE-Mercosul, que se arrasta há 12 anos.
Sem o SGP, o único jeito de o Brasil manter competitividade nas exportações para a UE será um acordo de livre-comércio para reduzir as tarifas.
Tal como a UE, os EUA encaram o Brasil como alvo prioritário no programa "exportar para sair da crise". Quando veio ao Brasil, em março, o presidente Barack Obama deixou claro que aumentar as vendas de produtos americanos para o Brasil era um dos principais objetivos dos EUA. Autoridades americanas chegaram a ser pouco diplomáticas ao declarar que a viagem era "fundamentalmente a respeito da recuperação econômica e exportações americanas", como disse o vice-conselheiro de segurança nacional Mike Froman, responsável por assuntos econômicos internacionais.
"As exportações para o Brasil geram 250 mil empregos nos EUA; metade da população do Brasil é hoje considerada classe média e isso cria grande oportunidade."
Enquanto as duas combalidas velhas potências lutam por um naco do saboroso mercado interno brasileiro, o Brasil vai às compras na UE em liquidação. A Comissão Europeia acaba de aprovar a compra de quatros empresas espanholas e uma alemã pela CSN. A CSN comprou a siderúrgica alemã Stahlwerk Thüringen GmbH e quatro companhias que pertencem ao grupo espanhol Alfonso Gallardo: Cementos Balboa, Corrigados Azpeitia e Corrugados Lasao.
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia - da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).
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