FONTE JORNAL DO BRASIL ON LINE.
Só faz crescer lá fora o respeito pelo Brasil nesta consolidação da nossa democracia, em termos ímpares, já para além do contexto latino-americano. Contrastamos, de vez, com as reeleições presidenciais permanentes nos ditos países bolivarianos.
O que ora deparamos no governo Dilma é o novo passo de fundo, na derrubada da política das clientelas, que a nação do desenvolvimento herdou do velho status quo. É este o foco da corrupção, em que o exercício do poder era inseparável do enriquecimento dos seus titulares.
Perde o pé esta negociação, pela qual os ganhadores de uma eleição passam a tripular a burocracia em benefício próprio, no enfarto dos cargos e no usufruto dos proventos públicos. Esta luta, sinônima da modernização do Estado, já começa no governo Fernando Henrique, ao pôr freio nos percentuais de gastos de pessoal nos orçamentos, às expensas das verbas cruciais de investimento e produtividade da máquina pública. O novo golpe àquele status quo é o da superação de outro vício do clientelismo, qual o do superfaturamento de obras, e o ganho de comissões pelos seus responsáveis.
A sucessão de denúncias evidenciou um verdadeiro mercado de corrupção, nos percentuais oferecidos, neste desvio permanente e silencioso, numa pirâmide complexa de vantagens, esfumando os últimos responsáveis. É nesta lógica presumida que se veem, agora, altos comandos das Forças Armadas objeto desta investigação.
O quadro antológico do acontecido no Ministério de Transportes, e no volume das transações do Dnit, mostra a sofisticação da rede, e os ganhos transferidos às famílias dos apaniguados.
E a nova fronteira de dentro dessa corrupção sistêmica é a do domínio do processo eleitoral pelos capitais privados no financiamento das campanhas.
Tarda uma nova legislação que crie, de fato, os fundos partidários e venha a democratizar o acesso a estes recursos, eliminando as representações de uma estrita e permanente elite de poder. Ainda permanece, por outro lado, o último fortim do abuso, sob o subterfúgio fácil das atividades comunitárias, respaldados pelos milhares de ONGs, e responsáveis pelos movimentos sociais. Nem por outra razão, o Tribunal de Contas da União acerta sua mira nesse território minado, nos manejos dos recursos públicos em nome do dito “bem comum”.
O alarmante recado argentino destas semanas aí está, no volume atingido pela manipulação dos dinheiros, para a busca dos desaparecidos políticos, durante a ditadura, e que expõe à punição as mães e, agora, avós da Praça de Mayo. Tal como o governo Lula foi o do repúdio definitivo aos facilitários das reeleições, o de Dilma elimina, de vez, a mantença do país das clientelas e dos bons bocados orçamentários.
Candido Mendes é cientista político
O que ora deparamos no governo Dilma é o novo passo de fundo, na derrubada da política das clientelas, que a nação do desenvolvimento herdou do velho status quo. É este o foco da corrupção, em que o exercício do poder era inseparável do enriquecimento dos seus titulares.
Perde o pé esta negociação, pela qual os ganhadores de uma eleição passam a tripular a burocracia em benefício próprio, no enfarto dos cargos e no usufruto dos proventos públicos. Esta luta, sinônima da modernização do Estado, já começa no governo Fernando Henrique, ao pôr freio nos percentuais de gastos de pessoal nos orçamentos, às expensas das verbas cruciais de investimento e produtividade da máquina pública. O novo golpe àquele status quo é o da superação de outro vício do clientelismo, qual o do superfaturamento de obras, e o ganho de comissões pelos seus responsáveis.
A sucessão de denúncias evidenciou um verdadeiro mercado de corrupção, nos percentuais oferecidos, neste desvio permanente e silencioso, numa pirâmide complexa de vantagens, esfumando os últimos responsáveis. É nesta lógica presumida que se veem, agora, altos comandos das Forças Armadas objeto desta investigação.
O quadro antológico do acontecido no Ministério de Transportes, e no volume das transações do Dnit, mostra a sofisticação da rede, e os ganhos transferidos às famílias dos apaniguados.
E a nova fronteira de dentro dessa corrupção sistêmica é a do domínio do processo eleitoral pelos capitais privados no financiamento das campanhas.
Tarda uma nova legislação que crie, de fato, os fundos partidários e venha a democratizar o acesso a estes recursos, eliminando as representações de uma estrita e permanente elite de poder. Ainda permanece, por outro lado, o último fortim do abuso, sob o subterfúgio fácil das atividades comunitárias, respaldados pelos milhares de ONGs, e responsáveis pelos movimentos sociais. Nem por outra razão, o Tribunal de Contas da União acerta sua mira nesse território minado, nos manejos dos recursos públicos em nome do dito “bem comum”.
O alarmante recado argentino destas semanas aí está, no volume atingido pela manipulação dos dinheiros, para a busca dos desaparecidos políticos, durante a ditadura, e que expõe à punição as mães e, agora, avós da Praça de Mayo. Tal como o governo Lula foi o do repúdio definitivo aos facilitários das reeleições, o de Dilma elimina, de vez, a mantença do país das clientelas e dos bons bocados orçamentários.
Candido Mendes é cientista político
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