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domingo, 3 de julho de 2011

OS 100 CASOS MAIS ESCABROSOS DA MÍDIA UDENISTA E GOLPISTA!




Liberdade para mentir

A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.
1)     Escola Base. Na noite de 4.3.94,  o Jornal Nacional, da Rede Globo, exibiu uma reportagem em que pais de alunos da Escola Base, situada no bairro da Aclimação, em São Paulo, acusavam diretores e professores de abusar sexualmente das crianças. Em apenas dez dias de investigações, o delegado responsável pelo caso concluiu que os acusados eram culpados por violento atentado ao pudor e formação de quadrilha. O casal proprietário do estabelecimento chegou a ser preso. Outros dois casais envolvidos passaram a ter sérios problemas psicológicos e financeiros. A escola foi fechada e em dezembro de 1999 seus dirigentes ainda tentavam recuperar-se dos prejuízos: entravam com uma ação contra o governo do Estado de São Paulo, já que o principal responsável pelo equívoco foi um delegado de polícia, que se precipitou e, com ele, praticamente toda a imprensa brasileira. Embora tenham sido expostos como hediondos para todo o país e tenham perdido o seu papel social de educadores e também o seu principal meio de vida, as vítimas da imprensa, nesse caso, conseguiram, até o momento, serem ressarcidas em apenas 100 salários mínimos, cada um dos diretores acusados.<<
2)     Bar Bodega. Situado em Moema, bairro nobre de São Paulo, essa choperia foi palco, em 10.8.1996, de um assalto seguido do assassinato de um rapaz e uma moça, fato que motivou a criação do movimento Reage São Paulo. Em sua ânsia por apresentar serviços, 15 dias depois a Polícia prendeu sucessivamente vários suspeitos, nove ao todo, posteriormente absolvidos por falta de provas e sob a alegação de que haviam confessado o crime mediante torturas. Nesse caso, como em tantos, a imprensa embarcou na versão errônea da polícia. Convocada, fotografou, filmou e inquiriu os acusados, algemados e exibidos com placas penduradas em seus corpos, indicando números. Não é comum em países desenvolvidos a exibição de suspeitos. Na investigação de um homicídio ocorrido no Central Park, em Nova York, no mesmo ano, a polícia norte-americana deteve cerca de 800 suspeitos, mas nenhum deles foi apresentado à imprensa.<<
3)     Ibrahim Abi-Ackel. Ministro da Justiça ao tempo do presidente João Batista Figueiredo (1980-85). Um contrabandista, preso nos Estados Unidos, disse a polícia que traficava pedras preciosas, a serviço do ministro e deputado federal brasileiro, pelo Estado de Minas Gerais. A imprensa explorou as acusações, mas o ministro foi inocentado. A sua imagem ficou, no entanto, associada à corrupção. A sua carreira política foi prejudicada. Perdeu a expressividade que tinha no plano federal, voltando a ser um político da província, marginalizado pelo noticiário.<<
4)     Roberto Cardoso Alves. Ex-deputado e ex-ministro, foi acusado de corrupção e caracterizado como fisiologista, sobretudo, a partir da citação que fez, referindo-se a São Francisco de Assis: “é dando que se recebe”. Processou a revista Veja, mas só obteve um direito de resposta um ano após a sua morte.
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5)     Alceni Guerra. Deputado federal e Ministro da Saúde ao tempo do presidente Fernando Collor de Mello (1990-92). Um amplo noticiário acerca de superfaturamento na compra de bicicletas para agentes de saúde procurou envolver o ministro, associando-o à imagem de corrupto. Foi objeto de reportagens e charges que o ridicularizaram e o levaram a pedir demissão. Um dia, o próprio procurador-geral da República, Aristides Junqueira, telefonou para o ministro para lhe dizer que mandara refazer várias vezes as investigações e nada encontrara que lhe caracterizasse como corrupto. Os próprios filhos do Ministro foram vítimas de humilhações. Alceni voltou ao plano político municipal e jamais conseguiu recuperar dos danos morais causados por um noticiário que, segundo a própria vítima contabilizou, bateu um recorde de ofensas: 104 horas de televisão e 10 mil metros quadrados (um hectare) de matérias na imprensa escrita.
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6)     Jorge Mirândola. Ex-oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, foi acusado, preso e apresentado à imprensa como o autor de uma carta-bomba que em outubro de 1995 feriu a diplomata Andréia Rigueira David. O noticiário equivocado foi amplo e com chamadas de primeiras páginas. Posteriormente, foi inocentado. O verdadeiro terrorista foi identificado e preso. Mirândola, no entanto, teria apresentado seqüelas do trauma experimentado.  Em março de 1996, concedeu uma entrevista dizendo-se portador de previsões feitas por espíritos que o faziam trabalhar para o FBI e auxiliar a polícia francesa, para quem enviava cartas com informações preciosas sobre terroristas. Após a comprovação de que Mirândola nada tinha a ver com o episódio, seus advogados entraram com uma ação reivindicando o pagamento de R$ 1 milhão por danos morais, o que não veio a ocorrer. Já o delegado que conduziu o caso foi promovido a adido da Polícia Federal no Paraguai.
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7)     Professor Leonardo. Provavelmente, nunca se saberá quem foi o responsável pela explosão da bomba no jato da TAM em 9.7.97, vôo 457, que resultou na morte do engenheiro Fernando de Moura, o único morto no incidente. Pode ser que também nunca venha a ser comprovado se o principal suspeito, o professor Leonardo Teodoro de Castro é culpado ou inocente. Durante uma semana, Moura ficou no noticiário como suspeito, para depois ser inocentado. A desconfiança foi então transferida para o professor, objeto de amplo noticiário nesse sentido, chegando a figurar na capa de Veja e em cartazes publicitários da revista, espalhados por bancas de todo o país. O “misterioso” professor ainda sofre as seqüelas de um atropelamento que o deixou sem condições sequer de depor. No seu caso, não funcionou a tradicional figura jurídica da presunção da inocência, mas, ao contrário, a presunção da culpa até que se prove a inocência. Esse, aliás, é um cacoete da imprensa, um comportamento repetitivo. Tanto a imprensa se apressa em acusar, como não tem o mesmo entusiasmo quando de corrigir os seus erros. No Brasil, pelo menos, é raro um órgão de imprensa pedir desculpas aos seu público. “PF não tem provas para indicar suspeito”, era o que noticiava a Folha de S. Paulo, em 22.7.97;  “PF não tem provas contra suspeito do vôo da TAM”, informava O Globo; “Falta de sigilo fere os direitos humanos”, comentava O Estado de S. Paulo (23.7.97). Leonardo teve os tímpanos arrebentados pela explosão da bomba; foi atropelado; ficou em estado de coma; e definitivamente com a saúde prejudicada, não podendo, portanto, defender-se.
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8)     Ney Matogrosso. Ganhou ações contra a revista Amiga e Manchete por terem noticiado, falsamente, ser o cantor portador do vírus HIV.
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9)     Caetano Veloso. Ganhou ações contra a revista Amiga e Manchete por terem noticiado, falsamente, ser o cantor portador do vírus HIV.
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10)  Glória Perez. Ganhou ações contra vários veículos por terem noticiado, falsamente, ser a atriz portadora do vírus HIV. <<
11)  Paula Burlamarqui. Ganhou ações contra vários veículos terem noticiado, falsamente, ser a atriz portadora do vírus HIV.
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12)  Luciana Silva. Ganhou ações contra vários veículos terem noticiado, falsamente, ser a modelo portadora do vírus HIV.
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13)  Cláudia Raia. Ganhou ações contra vários veículos terem noticiado, falsamente, ser a atriz portadora do vírus HIV.
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14)  Maria Zilda. Ganhou ações contra vários veículos terem noticiado, falsamente, ser a atriz portadora do vírus HIV.
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15)  Maitê Proença. Em 1995, a revista Playboy publicou um ensaio fotográfico contendo como atração principal as fotos da atriz. Nessa ocasião, a atriz apresentava, em Porto Alegre, um espetáculo teatral, gancho para o jornal Zero Hora publicar uma reportagem sobre ela, ilustrada com uma seleção das fotos do ensaio da Playboy. A atriz processou Zero Hora e a Playboy, por entender que ela havia posado para uma revista masculina e não para um jornal. E também porque não havia autorizado as reproduções. Ganhou a ação contra o Zero Hora, mas não conseguiu provar que a Editora Abril tivesse cedido as fotos, informação confirmada por Zero Hora, mas negada pela Playboy. Maitê Proença entendeu que as mesmas fotos num jornal, num momento em que ela trabalhava numa peça em Porto Alegre, prejudicava a sua imagem.
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16)  Milton Nascimento. Ganhou ações contra vários veículos por terem noticiado, falsamente, ser o cantor portador do vírus HIV. Na verdade, passou por uma crise de saúde e emagrecimento decorrentes de uma espécie de diabetes. <<
17)  Glória Pires. Vítima de um boato de que o seu marido havia abusado sexualmente da filha do primeiro casamento. Processou os veículos de imprensa que reproduziram a versão.
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18)  Chico Buarque. Processou por racismo o Diário da Manhã, de Goiânia, por ter-se referido, em abril de 1997, ao seu neto, filho do cantor e compositor Carlinhos Brown, então recém-nascido, como “mulatinho de nariz chato e beiços largos”.
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19)  Chico Buarque e Marieta Severo. Processaram por danos morais as revistas Manchete, Amiga e Veja, o jornal O Dia e a TV Manchete, pelo noticiário sobre a separação do casal, após 30 anos de casamento. O problema, segundo o advogado do casal, Antonio Carlos de Sá, foi a forma sensacionalista como a separação foi abordada e a insinuação de que a mesma teria ocorrido por causa de uma cantora.
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20)  Vera Fischer. Poucas pessoas no Brasil terão tido a sua privacidade tão invadida quanto a atriz Vera Fischer, especialmente ao longo de 1995, quando teve a sua vida devassada por todo o tipo de assédio e noticiário que davam conta de todo e qualquer detalhe envolvendo a estrela, seja na sua vida doméstica, seja na sua vida afetiva, seja nas suas dificuldades em se livrar de dependência química.
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21)  Esther Kosovski. Este é um dos casos em que a vítima foi inocentada e ainda ganhou uma ação de ressarcimento de danos morais. Foi acusada, em reportagem do Jornal do Brasil, de envolvimento com o tráfico de drogas. Depois de ter reconhecido o erro, o jornal franqueou espaço para resposta e até publicou um artigo da jurista. Entretanto, colegas seus moveram a ação contra o JB, que resultou no pagamento de R$ 80 mil (500 salários mínimos,  (um terço do que foi solicitado), além de 20% por conta de honorários advocatícios. No caso do JB, ficou clara a inconseqüência dos dois repórteres autores da matéria que, confiando em boatos, não tiveram a mínima preocupação quanto a procedência das ‘informações’ recebidas. Preferiram a versão maledicente, não se dando sequer ao trabalho de facilmente constatar a idoneidade da pessoa em questão. Kosovski, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, membro do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil e, na época da reportagem (15.1.93), dirigente regional do Conselho Federal de Entorpecentes e ainda presidente da Sociedade Brasileira de Vitimologia (por sua vez vinculada à World Society of Victimology) recebeu um único telefonema da reportagem sobre o que ela tinha a declarar acerca das denúncias contra ela. Chegou a pensar que era trote. Tratava-se, na realidade, da ânsia com que repórteres e editores se apressam em sair logo com uma matéria sensacional, antes que algum concorrente o faça. Julgando ter em seu poder um boa história, exclusiva, repórteres temem perdê-la, seja em função do prestígio dos nomes envolvidos, seja em decorrência de desmentidos. Arrisca-se, depois se vê as conseqüências. Nesse caso, os prejuízos não ficaram só com a vítima. Voltaram-se contra o jornal e contra a carreira dos repórteres. O caso Esther Kosovski espelha uma certa natureza intrínseca aos ‘fatos jornalísticos’, que é a propriedade que eles têm de fugir à ordem natural das coisas. A trama era perfeita em termos mediáticos. Uma situação absurda, mas, por isso mesmo, sensacional: uma autoridade do combate ao tráfico de drogas (supostamente) a serviço do mesmo. O resultado dessa imprudência foi a tramitação, por seis anos, até a indenização, período em que a jurista amargou uma imagem manchada, publicamente e perante os seus pares. Encontrava-se compondo a mesa de um congresso especializado, quando a notícia foi publicada. Esse caso demonstra que mesmo uma jurista pode levar seis anos para provar a sua inocência. Imagine-se o desfecho da mesma acusação se se tratasse de uma pessoa comum, sem o mesmo esclarecimento jurídico e sem a mesma capacidade de reação.
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22)  Nilo Batista. O ex-governador do Rio de Janeiro moveu 11 ações por danos morais (quase todas ganhas) pelo envolvimento, não confirmado, do seu nome num escândalo em torno de propinas pagas pelo bicheiro Castor de Andrade. Várias matérias e charges foram publicadas relacionando o governador ao jogo de bicho. A imprensa se baseou numa lista de beneficiados encontrada na “fortaleza” do bicheiro, quando de uma ação da polícia. As indenizações variaram de R$ 3,5 mil (US$ 1,7 mil, aproximadamente) a R$ 60 mil (cerca de US$ 30 mil).
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23)  Anestesista – Cláudia Liz. Em 1996, a modelo e atriz Cláudia Liz internou-se numa clínica para fazer uma lipoaspiração. A cirurgia não se concretizou devido a complicações anestésicas. O atendimento de emergência durou um minuto e 30 segundos. O fato, seguido da transferência da atriz para um grande e renomado hospital, complicou a vida da médica anestesista, a cirurgiã plástica Ana Helena Patrus de Souza, sócia da Clínica Santé, onde Cláudia Liz se internou. Sem checar se realmente se tratava de imperícia, a imprensa passou a assediar a médica, cuja carreira ficou prejudicada. Teve de se desfazer da sociedade e amargou sucessivos fracassos profissionais, morais e financeiros. Perdeu clientes e passou por situações vexaminosas, que atingiram também sua filha. A menina estressou-se tanto, a ponto de fazer xixi na roupa quando chegava à escola, onde era tratada pelos colegas como ‘... a filha da mulher que quase matou a atriz...’. No Conselho Regional de Medicina a conduta adotada pela médica foi considerada adequada.
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24)  Pegadinha - 1. Uma família de São Paulo (um casal e três filhos), ao passear no Parque Ibirapuera, encontrou uma carteira contendo R$ 50 (cerca de US$ 25, correntes) e um papel com o endereço de uma suposta proprietária. Dirigiram-se a um telefone público, quando foram abordados por três rapazes, pertencentes à produção do programa de tevê Domingo Legal, do SBT, que informaram tratar-se de uma “pegadinha”, brincadeira bastante comum em que as pessoas são filmadas sem o saber, em situações ‘engraçadas’. As cenas só foram ao ar um ano depois (16.11.1997), por coincidência, num dia em que era noticiada uma ‘pesquisa semelhante’, em âmbito mundial. Durante a exibição das imagens, o apresentador do programa, Augusto (Gugu) Liberato, fez comentários jocosos e incorretos, um deles, o seguinte: “Eles pegaram a carteira e foram embora...”. Quando foram abordados pela produção do programa, o casal assinou um documento permitindo o uso das imagens. Depois que isso aconteceu, no entanto, os membros da família passaram a ser objeto de piadinhas em qualquer lugar (‘Escondam as carteiras, que o fulano chegou’). As crianças foram ridicularizadas na escola e o casal alega ter tido prejuízos nos negócios. Sílvia Parisi Couri, veterinária, acredita ter perdido clientes em função do vexame a que foi exposta, numa “pesquisa sobre a honestidade dos cidadãos”. O marido, um consultor autônomo, deixou de fechar negócios. Sua sorte é que não era empregado de alguma empresa, pois, correria o risco de demissão. Embora tenha procurado telefonar para a suposta dona da carteira, a família foi mostrada como desonesta para uma audiência de 2 milhões de telespectadores. Neste caso, o SBT e o programa foram processados.
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25)  Pegadinha – 2. O cantor Rafael, ex-Polegar, amargou a constância com que o noticiário do show business explorou as suas dificuldades para se livrar das drogas. Refeito, teve, no entanto, a infelicidade de ser filmado por uma câmara oculta do programa de Sérgio Malandro (meados de 2000), com alguém lhe oferecendo droga, para ver se ele resistia tentação. Não concordou que a pegadinha e com a exibição das imagens, razão pela qual processou o apresentador.
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26)  Palmitos Gini. Em 14.2.1998, a Indústria de Conservas Gini Ltda., de São Paulo, foi surpreendida pela interdição da sua fábrica de palmitos e o recolhimento de todos os estoques. O diretor da empresa, Carlos Gini, só soube da suspeita de contaminação do seu produto pela bactéria Clostridium botulinum 15 minutos antes da imprensa, não tendo, portanto, tempo e condições para apurar o que estava acontecendo. Uma consumidora fez a denúncia ao Centro de Vigilância Sanitária, que constatou a contaminação. Ela foi hospitalizada e a empresa arcou com todos os gastos (R$ 600 mil), além de prover um emprego para a suposta vítima, suposta, pois, em todas as amostras examinadas por institutos especializados não constataram irregularidades. As indústrias Gini, após 30 anos de existência e sem jamais ter sido objeto de qualquer denúncia, amargou prejuízos estimados em R$ 1,6 milhão (aproximadamente, US$ 800 mil), sem contar com os danos à sua imagem e à imagem da marca. Existe a possibilidade de que a contaminação se tenha dado após a abertura do vidro de palmito.
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27)   Lilian Witte Fibe. A jornalista da TV Globo processou a revista Caras (edição Nº , de 7.4.95) a propósito de reportagem sobre a cirurgia de pálpebras que fez durante umas férias. Entrou na Justiça com uma ação de indenização por danos morais e violação do direito à imagem. A causa, para efeitos fiscais, recebeu o valor de R$ 100 mil (US$ 50 mil). Nos autos do processo a notícia foi qualificada de sensacionalista, entre outros motivos, por considerar que “se o público pudesse escolher o apresentador do Jornal Nacional da Globo, Lillian Witte Fibe (41) ficaria na lanterna dos eleitos”, expressão injuriosa, depreciativa, difamatória e antiética, na compreensão da jornalista.
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28)  Crime da Rua Cuba. O casal Jorge e Marília Cecília Bouchabki foi assassinado nesta rua de São Paulo, mas o caso não foi esclarecido. O erro da imprensa, no entanto, foi assumir como fato as suspeitas que recaíram sobre o filho do casal, o jovem Jorge Delmanto Bouchabki, à época com 18 anos, posteriormente inocentado.
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29)  “Assassino do pai”. No início de 1996, o dono da Agroceres e presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Ney Bittencourt, morreu em seu apartamento no bairro Jardins, em São Paulo, com um tiro. Portanto, por suicídio, homicídio ou acidente. A família inclinou-se por acreditar no suicídio, pois o empresário andava deprimido, tomando seis comprimidos por dia de um antidepressivo. A perícia encontrou resíduos de detonação (chumbo, zinco e cobre) numa das mãos do filho do empresário, Frederico Araújo, mas admitiu a possibilidade de que fosse verdadeira a versão de que ele lutou com o pai na tentativa de evitar o disparo, que acabou ocorrendo. Não foi esta, porém, a conclusão da promotoria. Quando foi decretada a prisão temporária de Frederico, ele se encontrava em Pato Branco (PR), na casa do sogro, para onde fora acompanhar o parto da esposa. A sua captura foi coberta pela imprensa e filmada por uma emissora de tevê, ocasião em que Frederico foi qualificado como fugitivo, embora apresentasse uma passagem de volta. A despeito da polêmica, entre a polícia e a Justiça, esse foi mais um caso em que a imprensa concluiu, por conta própria, que uma pessoa era criminosa,.
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30)  Matilde Borges. A polícia de São Paulo acusou Matilde Borges, e sua filha K., de 16 anos, de mandar matar o marido e pai. Quando se descobriu que o empresário Agenor Borges morrera num assalto, a imprensa sequer noticiou a inocência de Matilde e sua filha - à exceção da Folha de S. Paulo, em 13 linhas.
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31)  Dr. Fritz. O médium e curandeiro Rubens Farias Júnior, do Rio de Janeiro, que diz incorporar o espírito do médico alemão Adolph Frederick Yerperssoven, foi acusado pela ex-mulher de ser o responsável pela morte de ‘clientes’ e da ocultação dos cadáveres dos mesmos. Não ficou comprovado. Um dia, o médium atendeu ao apelo de uma emissora de TV para que desse uma entrevista. O médium recebeu a equipe da tevê, em casa, e deu o seu depoimento. Surpreendeu-se, no entanto, quando constatou o resultado de sua boa fé: a entrevista fora editada de forma a incriminá-lo. Já uma revista semanal de São Paulo, não só o acusou, como atribuiu-lhe frases sem nunca lhe ter sequer telefonado. Como as acusações não foram comprovadas, a imprensa silenciou sobre o caso, outra forma de injustiça, bastante comum – o esquecimento. Já uma outra emissora de tevê convidou-o para um programa e deu-lhe espaço, mas, acabou por pedir dele um espetáculo, o de incorporar ao vivo o espírito do Dr. Fritz, para o deleite da platéia. O Dr. Fritz ganhou notoriedade por atender multidões de populares, mas também por tentar curar doenças de personalidades da vida pública, a exemplo do ex-presidente João Figueiredo, de 79 anos, que a ele recorreu na esperança de se livrar de dores crônicas na coluna que já ameaçavam seus movimentos. Após as supostas denúncias contra o médium, sua carreira, se é que se pode falar assim, foi prejudicada. Ele teria se mudado do Brasil. 
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32)  “Máfia dos advogados”. Jorge Dino, advogado, residente em Brasília, professor de Direito. Chegou a depor quatro horas na “CPI do Judiciário”, em 1999, tentando provar a sua inocência face a acusação, à época transitando na Justiça, mas não julgada, de que teria, como um dos integrantes da “Máfia dos Advogados”, dilapidado a fortuna de um órfão. Dino acumula um acervo de documentos que totalizam cerca de quatro mil páginas de documentos e também processos contra vários jornalistas, por calúnia. A maioria deles pegou o bonde andando, tomando as acusações como tácitas. O advogado alega que, em aproximadamente onze anos, nunca teve oportunidade de conceder uma entrevista para se defender. Chegou a atender a um telefonema de uma repórter, mas inferiu que ela só queria ouvi-lo para legitimar a “lei dos dois lados”. Segundo esta “vítima” da imprensa, foi alegado à jornalista, que o processo é imenso e complexo, sendo impossível que o assunto fosse esclarecido por telefone. De qualquer maneira, o jurista mencionado não estava interessado em ver declarações suas, ao lado de acusações. Ele preferiu argüir na Justiça os repórteres, e exigir das empresas jornalísticas indenizações por danos morais, inclusive daqueles que pegaram o bonde andando e apenas deram prosseguimento às acusações. Em setembro de 2000, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal considerou Jorge Dino inocente. O fato mereceu uma pequena nota do serviço eletrônico (Correio Web) do Correio Braziliense, jornal que só em uma matéria sobre “a máfia dos advogados” havia dedicado ao assunto uma página inteira, sem anúncios. As acusações a Dino prosseguiram mesmo depois de ter sido absolvido pela Procuradoria Geral da República. Independentemente do que venha ainda a ser julgado, pois o caso envolve outros desdobramentos e outros nomes, nesse caso, o erro da imprensa consiste em não ouvir os acusados; em não considerar que as dívidas deixadas junto com os bens arrolados no espólio; e em dar suíte as acusações sem checá-las, sobretudo num caso complexo como esse e ainda inconcluso. A “máfia dos advogados” teria roubado R$ 30 milhões do menor. Jorge Dino disse no seu depoimento à CPI do Judiciário que as dívidas deixadas pelo empresário Washington Nominato (morto em 1987) eram quase tão altas quanto o patrimônio deixado. Mesmo assim, afirma ter conseguido deixar para o órfão Luiz Gustavo e sua mãe Miramar Rocha bens líquidos em valor acima de R$ 1 milhão. O juiz  titular da Vara de Órfãos do Sucessões do Fórum de Brasília, hoje desembargador, Asdrubral Cruxen, foi quem nomeou uma comissão gestora do espólio, constituída, entre outros nomes, pelo de Jorge Dino. Cruxen chegou a ser mostrado no programa Fantástico como o principal responsável pela desaparecimento da herança do menor. Desde então, Cruxen não emite declarações sobre o caso, mas processa cada jornalista e empresa que ousam acusá-lo.
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33)  Decana de Extensão. Em Brasília, na Universidade de Brasília, a Decana de Extensão, Maria José Rossi (1998), fechou um Posto de Extensão na cidade-satélite do Gama, após constatar que o mesmo já não estava sendo utilizado por nenhum projeto, mas, para fins outros, inclusive, indecorosos (para que supostos usuários levassem para lá mulheres de “programas”). Além disso, o local continuava gerando despesas de manutenção, água, luz etc. Um aluno da UnB, contrariado pela decisão da decana, foi a um jornal local e acusou-a de abuso de autoridade e de nepotismo: manter o esposo como assessor. O professor da UnB, mesmo sendo esposo da decana, foi nomeado não por ela, mas pelo Reitor, em função das suas competências e aptidões para a função, passageira, circunstancialmente, no âmbito administrativo em que também se encontrava a professora decana e sua mulher. Apesar de procurado, verbalmente e por escrito, para os esclarecimentos, estes foram ignorados pela direção do jornal que veiculou a denúncia, o Jornal de Brasília, que preferiu ficar com as acusações do aluno, ou seja, só concedeu publicidade a um dos lados da questão. Esse episódio é exemplar de como a imprensa acolhe facilmente a denúncia, mas não tem a mesma predisposição em ouvir os vários lados da polêmica.
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34)  “Estuprador da filha”. Em meados de 2000, a Rádio CBN noticiou um caso ocorrido em Alagoas de imputação falsa de crime. Um homem fora acusado de estuprar a própria filha, uma criança. O pai, inocentado, teria confessado o crime sob tortura.
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35)  Delegada “assassina”. Em Brasília, em 1997, uma delegada de polícia foi acusada pela reportagem do Correio Braziliense de ter sido responsável pela morte de uma criança atropelada. Segundo a delegada, a criança já estava morta, razão pela qual ordenou que o corpo fosse mantido no local, para a realização da perícia. A repórter do jornal tentou interferir e providenciar a remoção da criança para um pronto-socorro, no que foi impedida pela delegada, para quem a criança já estava morta. Na reportagem publicada ela foi retratada como responsável pela morte da criança.
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36)  Conflitos. Durante o V Congresso de Direitos Humanos, realizado na Câmara dos Deputados, em meados de 2000, um oficial da Polícia Militar de Alagoas relatou, no GT sobre “Mídia e Direitos Humanos”, a sua experiência em negociação de conflitos de terra. Segundo informou, o governo de Alagoas conseguiu realizar, pacificamente, cerca de 200 reintegrações de posse, sem que isso fosse noticiado, ao contrário do que ocorria sempre que havia algum conflito. Segundo seu depoimento, os cinegrafistas chegavam a tirar plantões, à espera de choques entre sem-terra e proprietários, mas não se interessava por conflitos solucionados.
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37)  Garoto “beijoqueiro”. No Pará, uma professora tampou com fita adesiva a boca de uma criança que, na escola, insistia em beijar os coleguinhas. O fato foi denunciado pela imprensa, inclusive, pelos telejornais de âmbito nacional, como uma prática desumana e pouco pedagógica. A imagem da criança, no entanto, foi exposta, o que não é permitido por lei.
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38)  Fitas eróticas. Em 1996, em Brasília, um casal tomava emprestado fitas de vídeo numa locadora, quando foi abordado por uma repórter de jornal que informou estar fazendo uma reportagem sobre preferências do público. Na reportagem, o casal apareceu identificado entre aqueles que apreciam filmes pornográficos, mas tem vergonha de assumir o gosto. O casal não havia dado essa informação e tampouco alugara fitas do gênero. A repórter cumpriu a sua pauta, mesmo falseando as informações. Usou identificações verdadeiras para dar veracidade a sua matéria, mas falseou as informações.
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39)  Elisabeth Lofrano. Algumas pessoas têm a infelicidade de ter a sua privacidade invadida, mesmo depois de mortas, como foi o caso de Elisabeth Lofrano, cuja vida pessoal foi vasculhada por reportagens de um caderno especial publicado pelo Correio Braziliense (1997). Com o propósito de cobrir amplamente os casos de corrupção do âmbito da CPI do Orçamento e especialmente o envolvimento do economista José Carlos Alves dos Santos, a repórter pautada pelo jornal para fazer uma série de encartes no formato tablóide sobre o assunto teve acesso aos autos do processo e de lá reproduziu fotos de família e retirou revelações até sobre o relacionamento sexual da morta com o seu marido e mandante (não confesso) de seu assassinato.
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40)  Pênis decepado. No Rio de Janeiro, um rapaz teve o seu pênis decepado por uma companheira ciumenta. O caso foi noticiado e a identidade do moço foi revelada. Foi vitimado duas vezes. O caso poderia ter sido noticiado com um pseudônimo e assim caracterizado com tal. Veja caso, a seguir.
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41)  Marido traído. Em Brasília, um caminhoneiro desconfiou que a esposa o traía. Depois de constatar a suspeita, levou o caso à polícia, que montou um flagrante, supreendendo a mulher com o amante, em um motel. O caso foi narrado pelo Correio Braziliense, com todos os detalhes, mas preservando a identidade da vítima do adultério, uma maneira de evitar a humilhação pública de quem já estava passando por sofrimentos e vexames. Faltou, no entanto, criar nomes fictícios também para a esposa e o amante. Ou seja, o marido traído ainda não estava totalmente protegido.
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42)  Maestro – “abuso sexual”. Em Caruaru (PE), um maestro montou uma orquestra com a participação de crianças pobres. A iniciativa fez sucesso e os pequenos músicos foram contemplados com reportagens e elogios da mídia, incluindo telejornais e programas dominicais de grande audiência. Posteriormente, o maestro ganhou notoriedade pela falsa acusação de ter abusado sexualmente de uma das crianças. Maestro e orquestra foram por água abaixo por causa de um boato.
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