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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Aécio Neves. O senador alucinado e a inclusão digital.

Haja alucinógeno!

A prosa desta segunda-feira, 06/08/2012, de nosso senador parisiense, é sobre inclusão digital. Para não perder a viagem e lascar demagogia em tempos de campanha, ele sugere, sem aprofundar, uma espécie de municipalização dos serviços de banda larga, para “resgatar a grande dívida que temos com a juventude”.

 
A desfaçatez firmou-se – definitivamente - como um de seus atributos.


Ora, a “dívida” da qual ele fala é histórica e remonta, principalmente, aos tempos em que ele estava no poder. E, no tocante à banda larga e internet, isso se refere exatamente ao momento em que o Brasil privatizava as telecomunicações, com seus cabeamentos e ausência absoluta de compromisso das empresas beneficiárias para investir no setor.


Ou seja, internet, banda larga, telefonia fixa (cabo) e telefonia móvel (satélite) é tudo um imbróglio único.


Faz 14 anos que isso foi entregue por FHC às empresas privadas. Aécio tinha 38 anos e era líder tucano na Câmara. Ganha suas obras completas autografadas quem achar alguma ação do então deputado federal “mineiro” para ajudar a saldar a “dívida” ressaltada anteriormente. Omisso e priorizando outras coisas, Aécio Neves nunca pronunciou as palavras “inclusão digital” àquela época. 


Quando a privatização ocorreu, FHC gastou dinheiro público para sanear as empresas estatais e ainda financiou empréstimos para a “compra” do setor por empresas privadas.


Só isso. Nada há no processo de privatização das teles que obrigasse as prestadoras de serviço a investirem na expansão das redes de telefonia e internet. 


Agora, 14 anos depois, tivemos a primeira autuação nacional de grandes empresas do setor, pelos péssimos serviços prestados à população.


O governo Lula, percebendo a “lacuna” deixada por seu antecessor, retomou a Telebrás e investe na construção de uma rede de cabeamento inédita no país. Os privatistas deixaram tudo isso como terra arrasada. 


Eis uma das heranças de FHC, Aécio e seu PSDB.


A melhor evidência disso é que, ao contrário do que dizem os privatistas, a telefonia fixa cai assustadoramente no país.


E surge também o desmascaramento de outra falácia. Não há competição entre a OI, a TIM, a Vivo e a Claro. Mesmo que possam operar em todas as regiões do país, elas formaram um cartel a partir da divisão de áreas prioritárias para cada uma. Sua concorrência é de mentirinha.


A competição entre elas se resume ao esforço de captura de clientes, à base de planos mirabolantes e instalação de antenas em profusão geométrica. Em vários países, as antenas de diversas companhias são únicas e a regulação dos serviços fica facilitada aí!


Outra mentira é a de que o Brasil teria mais de 200 milhões de celulares por causa da privatização. Foi o avanço tecnológico internacional que barateou o custo de aparelhos. Ter aparelhos em abundância e os mesmos não transmitirem com qualidade a comunicação é a prova cabal de que a privatização tucana foi um leilão irresponsável de patrimônio público; sem planejamento e obrigações por parte das empresas beneficiadas.


Enfim, o artiguinho de Aécio tenta responder a três demandas: falar alguma coisa (qualquer coisa) em “defesa” dos municípios, aplicar uma vacina ao “caladão” da telefonia celular no Brasil e fazer mais uma de suas defesas abstratas da ideologia privatizante. E usa as demandas da juventude, de informação e comunicação, como mote.


Aviso ao senador: hoje, a internet não é mais uma prioridade só das camadas jovens; todas as faixas etárias demandam bons serviços de banda larga. Porém, a herança maldita impede tal acesso!





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