Haja alucinógeno!
A prosa desta segunda-feira, 06/08/2012, de nosso senador parisiense, é
sobre inclusão digital. Para não perder a viagem e lascar demagogia em tempos de
campanha, ele sugere, sem aprofundar, uma espécie de municipalização dos
serviços de banda larga, para “resgatar a grande dívida que temos com a
juventude”.
A desfaçatez firmou-se – definitivamente
- como um de seus atributos.
Ora, a “dívida” da qual ele fala é
histórica e remonta, principalmente, aos tempos em que ele estava no poder. E,
no tocante à banda larga e internet, isso se refere exatamente ao momento em que o Brasil privatizava as
telecomunicações, com seus cabeamentos e ausência absoluta de compromisso das
empresas beneficiárias para investir no setor.
Ou seja, internet, banda larga, telefonia
fixa (cabo) e telefonia móvel (satélite) é tudo um imbróglio
único.
Faz 14 anos que isso foi entregue por FHC
às empresas privadas. Aécio tinha 38 anos e era líder tucano na Câmara. Ganha
suas obras completas autografadas quem achar alguma ação do então deputado
federal “mineiro” para ajudar a saldar a “dívida” ressaltada anteriormente.
Omisso e priorizando outras coisas, Aécio Neves nunca pronunciou as palavras
“inclusão digital” àquela época.
Quando a privatização ocorreu, FHC gastou
dinheiro público para sanear as empresas estatais e ainda financiou empréstimos
para a “compra” do setor por empresas privadas.
Só isso. Nada há no processo de
privatização das teles que obrigasse as prestadoras de serviço a investirem na
expansão das redes de telefonia e internet.
Agora, 14 anos depois, tivemos a primeira
autuação nacional de grandes empresas do setor, pelos péssimos serviços
prestados à população.
O governo Lula, percebendo a “lacuna”
deixada por seu antecessor, retomou a Telebrás e investe na construção de uma
rede de cabeamento inédita no país. Os privatistas deixaram tudo isso como terra
arrasada.
Eis uma das heranças de FHC, Aécio e seu
PSDB.
A melhor evidência disso é que, ao
contrário do que dizem os privatistas, a telefonia fixa cai assustadoramente no
país.
E surge também o desmascaramento de outra
falácia. Não há competição entre a OI, a TIM, a Vivo e a Claro. Mesmo que possam
operar em todas as regiões do país, elas formaram um cartel a partir da divisão
de áreas prioritárias para cada uma. Sua concorrência é de
mentirinha.
A competição entre elas se resume ao
esforço de captura de clientes, à base de planos mirabolantes e instalação de
antenas em profusão geométrica. Em vários países, as antenas de diversas
companhias são únicas e a regulação dos serviços fica facilitada
aí!
Outra mentira é a de que o Brasil teria
mais de 200 milhões de celulares por causa da privatização. Foi o avanço
tecnológico internacional que barateou o custo de aparelhos. Ter aparelhos em
abundância e os mesmos não transmitirem com qualidade a comunicação é a prova
cabal de que a privatização tucana foi um leilão irresponsável de patrimônio
público; sem planejamento e obrigações por parte das empresas
beneficiadas.
Enfim, o artiguinho de Aécio tenta
responder a três demandas: falar alguma coisa (qualquer coisa) em “defesa” dos
municípios, aplicar uma vacina ao “caladão” da telefonia celular no Brasil e
fazer mais uma de suas defesas abstratas da ideologia privatizante. E usa as
demandas da juventude, de informação e comunicação, como
mote.
Aviso ao senador: hoje, a internet não é
mais uma prioridade só das camadas jovens; todas as faixas etárias demandam bons
serviços de banda larga. Porém, a herança maldita impede tal
acesso!
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