O JORNALISMO ONANISTA
Tome-se uma melodia qualquer; durante cinco anos martele-se a letra e a música no consciente e no subconsciente da sociedade.
Na TV repita-se sempre o título da canção,
divulgue trechos com caras e bocas sugestivas.
Debulhe-se os versos de forma intermitente nas
colunas de jornalistas 'de prestígio'; durante cinco anos dê a eles a
oportunidade de ecoar suas colunas nas emissoras de TV e nos noticiários das
rádio pela manhã, à tarde e à noite; dissemine-se os bordões à exaustão ao
longo desse período em artigos e entrevistas; dedique-se a eles dúzias de
manchetes , capas e escaladas em telejornais.
Finalmente, numa 5ª feira de agosto, (09-08)
vá a campo e pergunte a 2.562 pessoas se elas conhecem a melodia e que opinião
tem sobre os estribilhos massificados durante cinco anos.
No
domingo seguinte (12-08) espete-se os resultados em manchetes impactantes': 73%
da população tem a mesma opinião da mídia sobre a cantilena em questão.
A saber, assegura o Datafolha: 73% dos
brasileiros acham que os acusados do chamado 'mensalão' devem ser condenados à
prisão.
Ah, sim, a partir da 2ª feira, (13-08),
acione-se a etapa seguinte; o mesmo dispositivo midiático põe-se a martelar o
resultado da pesquisa como sendo 'a vontade da Nação'.
Sugere-se
que não pode ser outro o discernimento da Suprema corte do país, sob risco de
perder a 'credibilidade perante a opinião pública'.
Dê a esse onanismo midiático o nome de
liberdade de imprensa e classifique como chavista quem ousar arguí-lo.
A propósito, leia nesta pág. o artigo de Tarso
Genro sobre o linchamento inédito em curso na democracia brasileira.
Editorial
CARTAMAIOR, 13.08.2012.
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