Ministro Jorge Hage, da CGU,em 7 anos, a CGU demitiu 3800 funcionários públicos por corrupção. Nos governos Lula/Dilma a CGU foi implacavel com os corruptos.
BOB FERNANDES NO TERRA MAGAZINE:
Corrupção. Esse segue sendo o tema, a
novela. Seja no julgamento no Supremo, onde quatro dos 38 réus já começaram a
ser condenados, seja nessa enganação, ao menos por enquanto, que é a CPI do
Cachoeira; essa que faz de conta que vai pegar, mas não pega.
Falemos então da corrupção no Brasil. Há 7
anos, a Controladoria Geral da União, a CGU, fiscaliza o uso de dinheiro federal
em cidades com menos de 500 mil habitantes. Até hoje, 23 de agosto, foram
investigadas 2001 cidades, o que significa 35,9% dos mais de 5.600 municípios do
país.
Uma gigantesca pesquisa. Resultados no uso de R$ 17 bilhões e 200 milhões
nestes 7 anos:
corrupção, da grossa, em 20% do Brasil. E problemas que incluem incompetência, despreparo, mau uso das verbas públicas etc., em 80% das cidades investigadas no país.
corrupção, da grossa, em 20% do Brasil. E problemas que incluem incompetência, despreparo, mau uso das verbas públicas etc., em 80% das cidades investigadas no país.
Detalhe: isso só em relação às verbas
federais, apenas imaginando o que se passa com o granário estadual e municipal.
E só nos municípios com menos de 500 mil habitantes.
Por corrupção, nos últimos sete anos, foram
demitidos 3 mil e 800 funcionários federais e 2.367 empresas foram consideradas
inidôneas. Outras 1.475 empresas estão suspensas de um cadastro que vai se
tornando nacional, assim como 1.200 ONGs. Todas essas empresas e ONGs não podem
mais receber dinheiro público.
Sonegação e evasão fiscal: a Transparência
Brasil diz não existirem números confiáveis nesse cenário.
Números confiáveis levantou Everardo Maciel,
que foi secretário da Receita Federal nos governos FHC.
Com base no recolhimento
da CPMF no ano de 1998, Everardo estimou em 32% o não pagamento de impostos no
Brasil. Admitindo-se que uma porção disso tivesse base, brechas legais para
escapar dos impostos.
No ano 2000, e também a partir do
rastreamento da CPMF, o ex-secretário da Receita encontrou o não pagamento de
impostos na casa dos 29%. Nos Estados Unidos, uma média de 18%.
Portanto, diante de tanta obviedade,
desconfie quando alguém vier com o papinho fácil e hipócrita de apontar apenas o
corrupto da ocasião; sempre o outro, o vizinho, claro. A encrenca é muito maior,
mais ampla, mais disseminada e mais profunda do que isso.
Para tentar entendê-la melhor, trechos de
uma conversa com Jorge Hage. Ele é o homem que dirige a CGU e há 7 anos
investiga as cidades do Brasil com sua equipe de auditores; isso numa ação
coordenada com vários outros órgãos do Estado brasileiro: Receita Federal,
polícias, Ministério Público, COAF, Tribunal de Contas…
Perguntado sobre qual seria, hoje, a
principal causa da corrupção no Brasil, Jorge Hage responde:
- Não tenho dúvidas. O financiamento de
campanhas políticas e de partidos políticos…
Sobre quem mais se avança no dinheiro
público:
- Isso é indiscriminado… é feito de vereador
para cima, feito por todos os grandes partidos e por quase todos os partidos, e
em todos os estados do país…
Por que fazem assim, qual seria um dos
indutores dessa disseminação da corrupção? Resposta:
- O financiamento de políticos e de
campanhas por parte das empresas é altamente concentrado e pouquíssimo
transparente…
(Hage tem sugestões para enfrentar esse e
outros aspectos da questão, mas esse é um trecho da conversa para mais
adiante).
Para o Controlador Geral da União, o
Judiciário segue sendo fator preponderante no sistema que permite a impunidade.
Jorge Hage resume assim a resultante disso tudo:
- Um rico… um réu com dinheiro, um corrupto
rico não vai preso no Brasil. Ou a pena prescreve, ou quando sai a condenação,
dez, vinte anos depois, o sujeito já morreu…
(Ressalva do diretor da CGU: o julgamento do
chamado "mensalão" só está se dando num prazo tão próximo dos eventos porque um
fator, o foro privilegiado de alguns dos 38 réus, arrastou todo o processo para
o Supremo Tribunal Federal).
COM INFORMAÇÕES DO BLOG DO NASSIF
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