Na língua portuguesa, o termo tartufo, como em outro idiomas, passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso, originando ainda uma série de derivados como tartufice, tartúfico ou ainda o verbo tartuficar - significando enganar, ludibriar com atos de tartufice.
O TARTUFO MOR DO BRASIL, DEFINIDO EM ELEIÇÃO NO EX BLOG DE MINO CARTA.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos brasileiros mais bem sucedidos de sua geração. A natureza e o lar concederam-lhe inteligência que boas escolas e um grande mestre da sociologia, Florestan Fernandes, aprimoraram.
Filho de honrado chefe militar, que a memória nacional respeita, Fernando viveu uma juventude favorecida. Mas parece não ter aprendido muito com o pai que, tendo acompanhado de perto a ascensão do nazismo, optara pelo lado esquerdo da estrada.
Lembro-me da confidência que me fez, certa vez, o grande Josafá Marinho: Fernando só aparecia no plenário do Senado por alguns minutos, para justificar a presença. Não tinha paciência para ouvir seus pares. Na realidade só ouvia um único orador, com atenção: ele mesmo. Não obstante, quando estava inscrito, mandava avisar a todos os senadores, para que o fossem ouvir.
A sorte o levara ao Senado, como suplente de Franco Montoro – que, ao eleger-se governador, deixou vaga a cadeira. A mesma sorte o ungiu, quando o presidente Itamar Franco, ao descuidar-se da velha cautela montanhesa, escolheu-o como sucessor. Na presidência, confirmou a sua personalidade. Várias vezes demonstrou desapego ao povo brasileiro.
A sorte o levara ao Senado, como suplente de Franco Montoro – que, ao eleger-se governador, deixou vaga a cadeira. A mesma sorte o ungiu, quando o presidente Itamar Franco, ao descuidar-se da velha cautela montanhesa, escolheu-o como sucessor. Na presidência, confirmou a sua personalidade. Várias vezes demonstrou desapego ao povo brasileiro.
Transferiu para as massas o próprio sentimento, ao qualificar o brasileiro comum como fascinado pelo estrangeiro e, surpreendeu a intelligentsia nacional, ao citar Weber e estabelecer uma ética particular para os governantes. Fomos, para ele, um povo de capiaus, o que levou Jô Soares a apresentar-se em seu talk-show, no dia seguinte, de chapéu de palha. Mesmo aposentado compulsoriamente antes dos 40, classificou como vagabundos os aposentados por tempo de serviço.
Falta-lhe a capacidade de ver o Brasil como um todo, o que é comum a muitos políticos de São Paulo. O Brasil que eles conhecem não vai além da periferia da grande cidade, que, a contragosto, visitam em vésperas eleitorais.
Ninguém deve estranhar a posição do ex-presidente. Ele mantém a sua coerência. A oposição, de resto moderada, que fez ao regime militar, era a de um homem cheio de talentos, que o golpe enviara para o exílio. Para ele, as circunstâncias especiais que o conduziram à Chefia do Estado eram naturais: naquele momento, e em seu próprio juízo, Itamar não poderia encontrar outro. Ele era o príncipe. Não devia ao mineiro a indicação. Devia-a ao seu auto-avaliado saber, que ele quer usar hoje para, sem mandato, liderar a oposição. Resta saber se se curvarão diante de sua grandeza.
MAURO SANTAYANA.
P.S.: GRAVURAS , COMENTÁRIOS E ARTIGO DA WIKIPEDIA POR CONTA DESTE BLOG.
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