Amigos e colegas:
Acabo de ser demitido da Empresa Jornalística Folha Metropolitana um ano, um mês e quatro dias depois de ser contratado para ser repórter de política.
Este não é meu primeiro trabalho e nunca tornei público o motivo da saída por julgar que admissão e demissão fazem parte da liturgia das empresas.
Logo, jamais exporia as razões da saída, se o motivo fosse contenção de despesas, qualidade do trabalho prestado, incompatibilidade entre mim e a chefia...
Desta vez, porém, é diferente: a minha demissão ocorreu porque noticiei em primeira mão e venho acompanhando o caso de nepotismo na Secretaria de Estado da Energia, sob o deputado licenciado José Aníbal (PSDB).
A notícia está na página 10 da edição desta quinta-feira do jornal Metrô News.
Na segunda-feira, fui para uma entrevista com o deputado Carlos Roberto de Campos (PSDB-SP), munido de várias perguntas, uma das quais sobre nepotismo. O Metrô News vem acompanhando o episódio da contratação de Mateus Achilles Gomes pelo secretário-adjunto da Pasta, Ricardo Achilles, desde o início de junho.
Uma das estratégias era ver a opinião de Carlos Roberto sobre o caso ocorrido na pasta comandada por José Aníbal, uma vez que o PSDB é muito veemente nas críticas contra irregularidades. Carlos Roberto não foi induzido ou coagido a falar, mas falou e criticou severamente Ricardo Achilles e o colega de ninho, José Aníbal. A matéria foi publicada hoje, claro, com o consentimento do editor-responsável.
Nesta tarde, Carlos Roberto foi à redação, conversou com a direção do jornal e exigiu que o veículo desse uma resposta.
A resposta foi a minha demissão.
Acho que devo dar essa explicação a todos os que me acompanham diariamente, seja por meio das das reportagens da Folha Metropolitana e do Metrô News ou na coluna 'Em Off', que mantinha às quartas e sextas-feiras.
Aproveito para agradecer o carinho dos colegas e me desculpar por possíveis desencontro de ideias. Creiam, sempre coloquei a lealdade e o respeito acima dos interesses diversos que permeiam o posto que ocupava. Nunca pactuei com interesses outros que não fosse o de dar a notícia da forma mais correta. Nunca usei do cargo para fins de ética duvidosa. Nunca aceitei barganhar a notícia. Nunca 'carlosrobertei', nem 'anibalizei' meu trabalho.
Peço que me ajudem a multiplicar essa mensagem indignada. Reitero: entrar e sair de empresas é fato comum e essa não é a primeira vez que acontece. Nunca, porém, tornei público o motivo da saída, por entender que essa é uma particularidade que cabe a patrão e a empregado.
Dessa vez, porém, minha saída teve motivação política. Por trabalhar de forma correta, acabei punido.
O ciclo na empresa está terminado.
Um forte abraço a todos.
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