Militante debate formas de mobilização diante da atual situação política e econômica.
Tenho defendido dois pontos de vista:
1. Que o debate sobre o Brasil da atualidade não fique centrado apenas na conjuntura econômica mais imediata; menos ainda no moralismo generalizante – contra os políticos e a política – das tais classes médias, sem rosto, tradicionalmente medrosas, pessimistas e muitas vezes manipuladas pelas forças conservadoras. A internet tem sido o seu grande meio de expressão;
2. Que alguns movimentos e segmentos sociais, em particular o movimento sindical com maior peso e tradição histórica (por isso me volto para a CUT), cumpram o papel central de propor pautas e levantar bandeiras nacionais em oposição às levantadas pelos conservadores
.
Também tenho me voltado para a esquerda católica, que praticamente desapareceu do mapa, depois que a direita do catolicismo mundial entrou aqui fazendo ameaças e denunciando que os progressistas faziam política, ao invés de religião. Por que não inverter o discurso na atualidade e recuperar terreno, agora que ela, direita, escancarou que o seu reino também é deste mundo?
O Brasil vem crescendo cada vez mais em importância política nesse confuso mundo atual. Por que não darmos mais um passo – essencial para a nossa própria libertação – agora no quesito indignação, colocando nas mãos da nossa juventude bandeiras capazes de apaixonar e fazer despertar os sonhos da maioria, dos quais penso que fazem parte as bandeiras levantadas no protesto de sexta-feira?
Com os trabalhadores nas ruas, aí sim, essas e outras bandeiras, claramente contrárias às dos especuladores, privatistas e entreguistas, entre outros inimigos históricos do nosso povo, poderiam ganhar força e legitimidade também nas redes sociais. Os jovens trabalhadores saberão ajudar nisso!
Ninguém melhor que o movimento sindical para puxá-las, com a legitimidade histórica que tem e o compromisso que precisa ter. Ninguém melhor do que o Movimento Sindical do ABC e a CUT para sair na frente e provar que é possível!
Como disseram o poeta e também o velho revolucionário: Quem samba fica, quem não samba vai embora!
* Moacyr Pinto é sociólogo e escritor, autor dos livros Conto de Vista – Histórias no Brasil que elegeu Lula; e Hiena - Minha revolta não se vende.
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